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Big chop: fazer ou não o grande corte durante a transição capilar?

Vale a pena? Existem outras alternativas? Respondemos essas e outras dúvidas!

Por Adrieny Magalhães 4 jun 2022, 10h00

Para lidar com a diferença de texturas no cabelo durante a transição capilar – um dos maiores desafios de quem decide assumir a curvatura natural dos fios -, existem algumas alternativas, sendo a mais famosa delas o big chop (BC).

O termo em inglês pode ser traduzido como “o grande corte”, que nada mais é do que tirar toda a parte alisada do cabelo que está em transição. No entanto, o corte pode ser uma escolha radical para muitas pessoas, o que faz com que surja a dúvida: vale a pena fazê-lo? Para te ajudar, a CH conversou com um especialista e meninas que já tiveram que tomar essa decisão.

O que é o big chop?

O big chop nada mais é do que o corte da parte lisa de um cabelo que está no processo de transição capilar. É a forma mais famosa de assumir os cachos e fugir de outras alternativas, como a texturização.

Por ser um corte que retira totalmente a parte alisada do cabelo, às vezes ele pode representar uma atitude um tanto “radical”. Afinal, trata-se de uma decisão definitiva e que, na maioria das vezes, deixa o cabelo bem curtinho. O grande desafio está em assumir e se acostumar com o novo visual ao se olhar no espelho.

Finalização cabelo cacheado
Finalização cabelo cacheado GIPHY/Reprodução

De acordo com o hairstylist Ricardo Rodrigues, especializado em transição capilar, o maior benefício do BC é que o cabelo fica muito mais saudável ao retirar a química. Além de facilitar a sua rotina de cuidados com o cabelo, que ficará exclusiva para os seus cachos.

Como funciona o corte?

Ainda segundo Ricardo, o processo desse corte funciona conforme o conceito criado pelo profissional para a cliente, seja cortar bem curtinho ou deixar o cabelo longo e retirar as partes lisas. “O fato é sempre organizar o styling depois, como vai finalizar o cabelo em casa, como ele vai ser usado, entre outras questões que vão te ajudar a definir como vai ficar no final. O profissional ajuda a pessoa a ver se ela vai conseguir se gostar e se adaptar ao cabelo bem curtinho ou se prefere o cabelo longo, cortando só as pontas lisas. Ou seja, é mais um alinhamento de expectativas”, explica o profissional.

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GIF de uma cena da personagem Fabiola na série Eu Nunca. Ela usa uma camiseta preta, casaco cinza e cabelo solto. Ela olha para cima, sorri e faz
Fabiola da série Eu Nunca GIPHY/Reprodução

Qual o momento ideal para fazer o corte?

A criadora de conteúdo Debora Vaz, de 20 anos, passou pela transição capilar durante a pandemia e resolveu apostar no big chop. Em entrevista à CH, ela conta que tentou fazer a transição capilar em 2017, mas que só funcionou ao tentar pela segunda vez. “A segunda tentativa foi bem tranquila porque era uma coisa que eu queria, mas em alguns momentos eu queria desistir porque não é fácil se olhar no espelho, ter que lidar com as duas texturas e ter que aprender a finalizar o seu cabelo. É como se você tivesse se reconhecendo.”

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“Você simplesmente sabe quando é a hora certa para fazer o big chop. Eu já estava me olhando no espelho e me imaginando com o cabelo todo natural. Eu cortava algumas mechas sozinha para ver como estava e eu vi que ele já estava em um tamanho que eu queria para cortar”, lembra Debora.

Para fazer o corte, ela teve a ajuda profissional de sua cabeleireira de longa data. “Eu cortei com a minha cabeleireira que eu fazia progressiva. Como ela também cuida de cabelo cacheado, eu confiei que ela faria o corte que eu queria”. Em vídeo no seu canal do Youtube, a influenciadora mostrou o dia do corte.

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“Eu estava muito feliz quando fui cortar o cabelo, não tem como descrever de outra forma. Pensei: ‘Por que não cortei antes?’ Eu senti que era bem mais prático cuidar do cabelo e também me olhava e enxergava outra pessoa”, completa. Para as meninas que pensam em também se jogar no big chop, ela tem um recado: “Só faça quando você sentir que é a hora certa, não vai pela opinião das pessoas, porque cada coisa é feita em seu momento. No final, é uma sensação incrível de você ter descoberto uma nova versão sua.”

E, além disso, não se esqueça de contar com profissionais da sua confiança assim como a Debora. Combinado?

O cabelo após o BC

Para Debora, uma das maiores dificuldades foi lidar com o fator encolhimento, efeito natural que ocorre quando os cachos ficam mais definidos e acabam encolhendo o cabelo. “Isso [o fator encolhimento] foi uma das minhas maiores dificuldades depois que eu cortei, porque eu sempre tive cabelo longo, mas logo me adaptei”, diz a cacheada.

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O especialista Ricardo Rodrigues recomenda uma conversa com um hair stylist para que ele ensine como será o cuidado com o cabelo e os produtos específicos para os fios após o corte. Invista também em produtos de finalizações indicados para a curvatura, e o grande truque para o momento pós-BC é testar diferentes finalizações até encontrar a sua favorita. Se jogue no processo, amiga!

Não quero fazer o BC. E agora?

Você sabia que não fazer o big chop também é uma opção? É perfeitamente possível passar pela transição capilar sem fazer essa mudança, que pode ser radical para pessoas apegas ao comprimento dos fios. Ufa!

Hermione HP
Hermione HP GIPHY/Reprodução

No entanto, se a sua escolhe é não realizar o big chop, você vai precisar adotar alguns cuidados extras. Para provar que é, sim, possível passar pela transição capilar sem fazer o BC, a CH conversou com a criadora de conteúdo Mayara Guimarães, que passou pela transição capilar em 2017 sem fazer o BC e, hoje, compartilha sua rotina de cuidados com o cabelo nas redes sociais.

“Na época que fiz a transição capilar, eu tinha muitos conflitos comigo, com a cor da minha pele, mas achei que seria o momento ideal para começar algo novo na minha vida, então decidi fazer“, lembra. Ela relata que, quando tomou essa decisão, jogou fora a progressiva e doou a chapinha que tinha em casa para se jogar intensamente no processo.

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“Desde que entrei na transição capilar, eu estava determinada a não perder o comprimento do meu cabelo, mal sabendo qual seria o meu tipo de cacho. Na época, eu era muito apegada ao meu cabelo, então o que eu queria era ter um cabelo cacheado grande, e eu estava disposta a esperar o tempo que fosse, mas não queria fazer o big chop“, conta a influenciadora.

“O que me motivou bastante a continuar na transição sem passar pelo BC foi trabalhar o meu psicológico, sempre lembrando que a transição era uma fase e que ia passar. Não é eterno, independente se demorar dois anos. Se você for conduzida pela emoção do momento, você vai alisar novamente o cabelo“, diz Mayara.

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Além disso, ela dá uma dica de ouro: estimular bastante o crescimento do cabelo. “Eu fazia massagens no couro cabelo, usava tônicos, xampus e vitaminas que faziam o cabelo crescer. Quando eu via que o cabelo estava crescendo, eu passava a tesoura.” Lembre-se de que fazer pequenos cortes é indispensável!

Em seu canal no YouTube, Mayara compartilha dicas de crescimento, finalizações e outros assuntos sobre cabelo que podem te ajudar!

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E, enquanto você espera pelo seu momento ideal de fazer o big chop, você pode investir em penteados e texturizações que te ajudam a disfarçar a diferença de texturas do cabelo. Mayara e Debora compartilharam truques que as ajudaram durante a transição e que também podem ser úteis para você!

“Não desista desse processo e foque na sua meta, a pressa nesse momento é só inimiga e vai atrapalhar. Você é muito mais do que cabelo! Tenha paciência e calma, logo você terá o seu cabelo natural e vai ter valido à pena”, finaliza Mayara.

E aí, qual vai ser a sua escolha?

Quem colaborou com a matéria: Ricardo Rodrigues, hairstylist e idealizador do RIRO Salon, espaço único de beleza localizado no Jardim América em São Paulo; criadoras de conteúdo Debora Vaz e Mayara Guimarães.

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