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Perfume íntimo de Anitta gera debate sobre saúde vaginal e autoestima

O produto lançado pela cantora tem aprovação ginecológica? Por que causou tantas polêmicas? Respondemos essas e outras dúvidas

Por Sofia Duarte 13 ago 2022, 10h00

Recentemente, Anitta anunciou o lançamento de um perfume para ser usado nas regiões íntimas do corpo em parceria com a indústria farmacêutica Cimed, e o assunto gerou discussões na internet a respeito de saúde e autoestima. Para aprofundar esse debate, a CAPRICHO conversou com Karla Marques Felmanas, vice-presidente da Cimed, sobre o desenvolvimento da colônia, e também ouviu a visão da ginecologista Dra. Débora Oriá, que tirou dúvidas a respeito do cheiro da vagina e do uso frequente desse produto.

O desenvolvimento do perfume

O produto foi inspirado na rotina de Anitta, que já usava uma fragrância íntima desenvolvida por uma amiga”, conta Karla Marques Felmanas. “Por conta disso, a artista procurou a Cimed para desenvolver o perfume e participou de todo o processo de desenvolvimento da marca, desde nome, logo, identidade visual das embalagens, até a escolha das fragrâncias e comunicação.”

A farmacêutica afirma que o perfume Puzzy by Anitta obteve a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Foi realizada uma pesquisa bibliográfica abordando os ingredientes utilizados, indicações, contra-indicações, modo de uso e condições de armazenamento do produto, estudo da composição do cosmético e a avaliação crítica dos componentes da formulação.”

Segundo a empresa, foram realizados testes em humanos que concluíram que o produto é seguro, hipoalergênico e não altera a microbiota residente vaginal. “O produto não causa ardência, já que é formulado 100% sem álcool, hipoalergênico e sem parabenos. Além disso, foi desenvolvido para não causar ressecamento na área de aplicação e com fragrâncias exclusivas e balanceadas para o conforto dos usuários. Puzzy pode ser usado em todo o corpo, mas por ter passado por testes ginecológicos e dermatológicos, é seguro para ser usado na região íntima externa.”

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Saúde

A ginecologista Dra. Débora Oriá não aconselha o uso diário do perfume. “Mascara infecções e pode prolongar a procura da paciente ao ginecologista. Além disso, pode ser um fator que altera o ph e propicia o aumento da secreção vaginal e destruição das barreiras naturais.”

Considerando que o produto passou por diversos testes e é hipoalergênico, uma das maiores críticas ao lançamento foi mesmo voltada à autoestima e ao falso estereótipo de que a vagina tem cheiro ruim.

Autoestima

Em que sentindo esse perfume vem como um elemento que agrega à autoestima dos consumidores? Não acredito que nenhum produto promova a autoestima de ninguém. Ele pode contribuir para você se sentir bem consigo mesma, o que é diferente. Assim como qualquer perfume, Puzzy vem para contribuir para o bem-estar feminino e masculino“, afirma Anitta à CAPRICHO. 

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A Cimed realça os princípios inovadores por trás da colônia, mas será que ela vem em boa hora, uma vez que o ativismo feminista há tempos tenta desmistificar o falso “mau cheiro” da vagina? Será que não alimenta uma insegurança que algumas pessoas possam ter? Essas foram perguntas levantadas pelas redes sociais.

A vagina e a vulva têm um cheiro característico, mas que não é para incomodar“, reitera a Dra. Débora. “Correto é evitar o uso de protetor diário, usar sabão neutro ou próprio para higiene íntima uma vez ao dia e evitar excesso de duchas vaginais. Usar calcinha de algodão no dia a dia e dormir sem calcinha. Se tiver alguma queixa, deve procurar o ginecologista para avaliação.” A médica ainda indica o produto apenas como uma experiência diferente durante a relação sexual, mas não como uso diário.

Quem colaborou nesta matéria: Karla Marques Felmanas, vice-presidente da Cimed; Dra. Débora Oriá, ginecologista e obstetra, médica da equipe de Uroginecologia do Departamento de Ginecologia do Hospital das Clínicas. 

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