Lola Ferreira colunista negritude CAPRICHO
para pensar feminismo e negritude em uma perspectiva diferente. Lola Ferreira
Lola Ferreira é repórter com trajetória focada em questões de gênero e raça. Começou na Capricho, rodou veículos do Brasil inteiro e voltou para falar sobre isso e mais.
para pensar feminismo e negritude em uma perspectiva diferente. Lola Ferreira
Lola Ferreira colunista negritude CAPRICHO Lola Ferreira é repórter com trajetória focada em questões de gênero e raça. Começou na Capricho, rodou veículos do Brasil inteiro e voltou para falar sobre isso e mais.

Começar dá trabalho e medo, mas você deveria tentar mesmo assim

Será que não é hora de bancar suas escolhas, mesmo quando elas ainda não têm todas as respostas?

Por LOLA FERREIRA, COLUNISTA DA CAPRICHO 26 jul 2025, 13h00
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omar decisões grandes dá medo. Um medo que às vezes parece até maior que a gente. Medo de escolher o curso errado no vestibular e acabar frustrada – ou, pior ainda, sem conseguir ajudar a família. Medo de escolher o curso certo e descobrir que ser boa profissional exige bem mais do que imaginávamos. Medo de começar aquele namoro que parece perfeito, mas que você não tem certeza se vai dar certo. Medo de terminar um namoro e se arrepender. Medo de dizer sim. Medo de dizer não.

A real é que o mundo anda cobrando decisões cedo demais. E, pra completar, ele ainda mente pra gente dizendo que toda decisão precisa ser eterna. Como se mudar fosse sinônimo de fracasso. Como se trocar de ideia fosse um sinal de fraqueza. Como se sair de um lugar significasse que você não aguentou. Mas… quem é que aguenta tudo, o tempo todo?

A verdade é que a vida é feita de ciclos. E se tem uma certeza que vale repetir é essa: tudo muda o tempo todo. A gente muda de estilo, muda de amiga, muda de batom, muda o jeito de falar, de rir, de se apaixonar. A gente muda de playlist, muda de plano, muda de opinião. Muda até de signo favorito (sim, isso acontece!). O que hoje parece uma verdade absoluta, amanhã pode ser só um capítulo da sua história — e tudo bem.

Escolher é difícil, eu sei. Não porque você não sabe o que quer, mas porque toda vez que a gente escolhe um caminho, precisa renunciar a todos os outros. E isso assusta. Parece que um universo inteiro se fecha quando você toma uma decisão. Mas a real é que esse universo que fica para trás talvez nunca fosse mesmo seu. Talvez ele combine com outras versões de você que nem existem mais. Talvez ele nunca tenha feito sentido — e só parecia seguro porque era o que você já conhecia.

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O seu mundo novo pode dar medo, mas ele é mais você. É nele que moram os seus desejos atuais, as suas curiosidades mais sinceras, as vontades que só você entende. E esse mundo novo exige coragem. Exige que você banque suas escolhas, mesmo quando elas ainda não têm todas as respostas. Exige que você se jogue, mesmo que meio torta, meio insegura, meio tremendo. Vai com medo mesmo. Com dúvida mesmo. Com frio na barriga e playlist de apoio.

O começo de qualquer coisa tende a ser esquisito. Começar dá trabalho. Você se cobra, se questiona, se compara. Tem dias em que parece que nada encaixa. Mas o que ninguém te conta é que isso é parte do processo. Que é normal ter vontade de voltar atrás — e que, se precisar, você pode. Só não deixa o medo te impedir de ir. Porque ir muda tudo.

Talvez o mais bonito seja isso: saber que nenhuma escolha precisa ser definitiva. Que você pode recomeçar. Que é permitido mudar de ideia. Que os caminhos são muitos, e todos eles têm alguma coisa para te ensinar. E que, às vezes, o simples ato de tentar já é a prova de que você cresceu.

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Então, se você tá aí, com o coração apertado diante de uma decisão que parece grande demais, respira. Dá um passo. Vai com medo mesmo. Porque lá na frente, quando você olhar para trás, vai perceber que teve coragem. E vai se orgulhar tanto. Depois me conta.

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