7 frases lesbofóbicas pra eliminar do vocabulário e nunca mais dizer

Não é só uma questão de não pagar micão, mas de não contribuir com a (des)cultura da LGBTfobia, do machismo e da heteronormatividade tóxica

Por Isabella Otto Atualizado em 19 ago 2021, 15h36 - Publicado em 19 ago 2021, 15h35
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CAPRICHO/Divulgação

Em pleno século XXI, é inadmissível que determinadas coisas continuem a ser ditas. Não é que o mundo ficou chato, como alguns insistem em dizer, é que ele evoluiu, mesmo com a tentativa de retrocesso de tantos, e trouxe à tona discussões que antigamente não eram feitas com tanta frequência e exposição. E que bom! Informação na medida certa e sem fake news nunca é demais – até porque, do contrário, seria desinformação, né?

Ilustração de um casal lésbico. As mulheres têm cabelos longos e vestem camisas
Sofiya Venher/Getty Images

Por isso, nada de dizer as frases abaixo ou repeti-las, caso já tenha dito algum dia:

1. “Você é lésbica? Nossa, nem parece!”

Além de reforçar uma ideia problemática de que as pessoas devem se encaixar em padrões imaginados e impostos pela sociedade, ela reforça uma figura carregada de estereótipos de que mulheres lésbicas tem uma cara ou um jeito de ser, ignorando completamente a pluralidade do ser humano, as vivências e a identidade de cada um.

2. “É que você ainda não encontrou o homem certo…”

Quem seria esse “homem certo”? Quem disse que aquela pessoa está procurando por um homem? É um posicionamento infeliz, baseado em um modelo heteronormativo de sociedade e relacionamentos ultrapassado, que já assombrou a vida de muita gente. Podemos até pensar que sabemos o que é melhor para o outro, mas é uma dedução. Cada um sabe o que é melhor para si. E, se não souber, ainda assim cabe ao outro descobrir.

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3. “Que desperdício!”

Que desperdício mesmo… De silêncio! Falar isso para uma mulher lésbica é dar a entender que a felicidade dela depende de um homem, o que não é verdade nem em relações heterossexuais! Além de ser uma frase lesbofóbica, é repleta de machismo.

4. “Duas mulheres dá o maior tesão, né?”

A hipersexualização da mulher lésbica é uma realidade que, muitas vezes, acaba por estimular a cultura da pornografia, que pode se mostrar problemática em “n” sentidos. Sem contar que, no geral, a hipersexualização acabar por reforçar padrões de beleza.

Ilustração de uma família formada por duas mulheres e um bebê. Elas estão se abraçando, e uma delas segura a criança no colo
fedrelena/Getty Images

5. “Quem é a mulher/o homem da relação?”

Mais um questionamento que reforça e até impõe um padrão heteronormativo e de binaridade, como se um relacionamento só fosse válido quando composto por uma pessoa do gênero masculino e outra do gênero feminino.

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6. “Você sente vontade de pegar suas amigas?”

Você, hétero, sente vontade de pegar todos os seus amigos do sexo oposto? Não, né? Então, por que insiste em fazer essa pergunta para pessoas LGBTQIA+? Não é bagunça, não é indecisão, não é safadeza; e questionamentos do tipo só fortalecem tais estereótipos LGBTfóbicos.

+: Você sabe o que significa a sigla LGBTQIA+?

7. “Você não sente vontade de ser mãe?”

Pode sentir, pode não sentir, mas isso não tem nenhuma relação com a orientação sexual da mulher. É uma fala heteronormativa, machista e que corrobora com a ideia de que uma família só é considerada família quando formada por um pai e uma mãe cis e heterossexuais.

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