Cientistas confirmam que ar pode ser uma via de contágio do coronavírus
Estudos realizados na China identificaram partículas de SARS-CoV-2 flutuando no ar de restaurantes, universidades e mercados.
Uma importante questão em aberto era se o novo coronavírus podia ser transmitido pelo ar ou apenas pelo contato com superfícies e secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, toque ou aperto de mão. Nesta semana, contudo, cientistas chineses tiraram de vez essa história a limpo. Depois de alguns testes serem realizados, foi comprovado que o ar pode ser uma via de contágio da SARS-Cov-2.
O primeiro estudo, publicado pela revista Nature, mostra que o vírus foi detectado em amostras de ar recolhidas de hospitais, farmácias, mercados e universidades. 30 locais da cidade de Wuhan, na China, onde o primeiro caso de COVID-19 foi registrado, foram analisados e 16 cientistas fizeram parte da pesquisa.
O segundo foi publicado no jornal científico Emerging Infectious Diseases e comprovou uma transmissão que ocorreu por via aérea em um restaurante em Guanzhou, onde 10 pessoas de 3 famílias foram infectadas.
Até então, sabia-se que o novo coronavírus podia ficar em suspensão no ar por até 3 horas. É por isso que a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou o distanciamento social como medida de prevenção. A distância segura a ser mantida, principalmente em lugares públicos, como mercados e farmácias, é de 1 m. Apesar de não ser proibida pela organização, a prática de atividades físicas fora de casa também deve ser realizada com bom senso, já que uma pessoa, durante uma corrida, por exemplo, pode espalhar o vírus num raio de 10 m.
Vale destacar que as amostram apresentaram diferentes cargas virais e que os cientistas ainda não sabem qual é a carga necessária para infectar uma pessoa e se isso varia de indivíduo para indivíduo, levando em conta a resposta imunológica de cada organismo. Por isso, a importância do uso das máscaras deve ser reforçada, assim como o cumprimento das medidas de prevenção.