Maju Coutinho: a 1ª jornalista negra a ocupar a bancada do Jornal Nacional

'A militância que eu faço é com o meu trabalho', declarou a apresentadora em 2015, após ser alvo de racistas na internet.

Por Isabella Otto 14 fev 2019, 12h04

Parafraseando William Bonner, “enfim, uma notícia pra alegrar todo mundo”. Foi anunciado na última quarta-feira, 13, que Maria Julia Coutinho, mais conhecida como Maju Coutinho, será a primeira jornalista negra a fazer parte da bancada do Jornal Nacional, da Rede Globo.

Reprodução/Reprodução

Em 2019, o telejornal de maior sucesso da televisão brasileira completa 50 anos e Maju fará parte do rodízio de jornalistas, continuando a apresentar a previsão do tempo durante a semana, enquanto William Bonner e Renata Vasconcellos seguem como titulares do programa. “A equipe e a bancada do JN dão as boas-vindas”, escreveu Bonner no Instagram. Rodrigo Bocardi, jornalista da mesma emissora, também comentou a efetivação de Maju e brincou: “será que terei a honra um sábado qualquer?”.

A estreia de Maju Coutunho à frente da bancada acontece no próximo sábado, 16. A jornalista, que começou sua carreira de apresentadora na Cultura, à frente do Jornal da Cultura, tem 40 anos e é a primeira mulher negra a entrar para o time de apresentadoras do jornal televisionado em horário nobre. Na Rede Globo, Zileide Silva e Glória Maria são nomes de destaque e representatividade na programação. No SBT, temos Joyce Ribeiro, assim como temos Luciana Camargo na RedeTV!.

Em 2015, Maju foi alvo de racistas nas redes sociais e se pronunciou ao vivo sobre o caso: “muita gente imaginou que eu estaria chorando pelos corredores, mas, na verdade, eu já lido com essa questão desde que me entendo por gente. Claro que eu fico muito indignada e triste, mas eu não esmoreço(…) A militância que eu faço é com o meu trabalho“, declarou a jornalista na época.

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Um marco para a televisão brasileira e para o jornalismo, esta notícia deve ser comemorada e compartilhada, principalmente em um momento em que estamos tendo manifestações de racismo tão claras e conscientes na televisão, inclusive na Rede Globo, no reality Big Brother Brasil. A representatividade só incomoda os intolerantes. O resto é história. Boa sorte, Maju!

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