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Odeia o frio? Fica mais preguiçosa no Inverno? Mutação genética é o motivo

Pois é, não é simplesmente gostar ou não gostar. Existe uma explicação científica que explica por que algumas pessoas lidam melhor com o frio do que outras

Por Isabella Otto 4 jul 2021, 10h01
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CAPRICHO/Divulgação

Ficar mais preguiçosa no frio é normal. Isso porque, no Inverno, nossos músculos ficam mais lentos e demoram mais para entrar em ação, o que justifica o fato da gente sentir menos disposição pra fazer exercícios físicos e até pra levantar da cama pela manhã. Mas existe um componente genético que faz a gente se acostumar mais ou menos com o tempo gelado, e ele é chamado de α-actinina-3.

Foto do Olaf, de Frozen, muito feliz abraçando outros bonecos de neve, só que feitos de areia
“O inverno é uma época meio insossa. Eu quero o verão pra virar… Um boneco de neve feliz!” Frozen/Disney/Divulgação

Nossa tolerância ao frio depende de uma série de fatores, como genética, níveis de gordura subcutânea, corpo, etc. Contudo, a α-actinina-3, conhecida como o “gene da velocidade”, é quem determina nosso desempenho nessa época do ano. Sabe aquelas pessoas que dizem gostar do frio e não se deixam abater, adorando inclusive praticar esportes de Inverno ou correr no tempo gelado? Elas não possuem a proteína α-actinina-3 na fibra muscular, “passando” menos frio por terem uma descarga mais duradoura de energia de dentro pra fora. Agora, o problema é que somente uma em cada cinco pessoas não possuem esse componente. Daí complica, né?

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“O tipo de fibra é determinado estritamente pelo sistema nervoso e, por esse motivo, não pode ser alterado com exercícios”, explica Courtenay Dunn-Lewis, fisiologista da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, em entrevista a BBC News. Atletas que rendem mais no frio, por exemplo, podem ter nascido com a sorte de terem 80% de uma fibra chamada de contração lenta, que todo mundo tem, assim como todo mundo tem as fibras de contração rápida, mas numa proporção de 50%/50%.

 

A α-actinina-3 é um gene que pode ser encontrado apenas nas fibras musculares de contração rápida, responsáveis por fazer a gente tremer de frio – e, consequentemente, diminuem nosso desempenho e nossa disposição. Aqueles que não possuem essa proteína acabam tendo sorte, pois as fibras de contração rápida, apesar de estarem lá, não são influenciadas por ela, se tornando assim pessoas um pouco mais apreciadoras do frio, por assim dizer. Interessante, não?

A tal da α-actinina-3 não é encontrada em cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo, só que estamos falando de uma planeta com aproximadamente 7,6 bilhões de habitantes. Ou seja, é mais gente tremendo de frio do que resistindo ao que para muitos é a melhor estação do ano. E como é uma questão evolutiva, a tendência é que a maioria das pessoas sem a proteína more justamente em locais mais gelados do globo, normalmente aqueles que nevam, já que precisa apresentar maior resistência ao clima.

Ah, a ciência… E tem gente que ainda é negacionista dela! (cof, cof)

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