Prevenção do câncer de mama em jovens: o que você precisa saber
O Outubro Rosa deixa um alerta importante para o ano todo: observar o corpo também é cuidado
Outubro Rosa chegou ao fim, mas a conscientização da prevenção do câncer de mama não deve acabar aqui – inclusive entre a nossa galera, viu? É muito comum associar o câncer de mama somente a mulheres mais velhas, que, sim, ainda são as mais atingidas, mas ele pode acometer jovens também.
A ginecologista Rosemar Macedo Sousa Rahal, presidente da Comissão Nacional Especializada em Mastologia da Federação Brasileira das Associações em Ginecologia e Obstetrícia – FEBRASGO, enfatiza que a doença tem aumentado a sua frequência em todas as faixas etárias, inclusive nas pacientes mais jovens.
Para ter uma ideia, segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e divulgados pelo Ministério da Saúde (MS) e pelo Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), são estimados cerca de mais de 73 mil novos casos de câncer de mama por ano no Brasil para o período 2023-2025.
Não é sobre criar alarde ou pânico, tá? É preciso olhar para os dados com consciência e usá-los para fortalecer a importância da prevenção e cuidado.
Mas por que o câncer de mama tem atingido mais jovens?
Não há uma resposta simples e concreta que explique o aumento de casos em mulheres jovens, é multifatorial, como explica Rosemar. “Existe uma correlação entre a maior exposição aos fatores de risco e o aumento na frequência de câncer de mama”, diz. A médica acrescenta que a incidência não está ligada apenas a questão hereditária, mas também tem forte ligação com o estilo de vida que a nossa galera leva hoje.
“Nós temos uma maior incidência de obesidade do que tínhamos no passado. As mulheres ingerem mais álcool do que ingeriam também décadas atrás. Temos um postergar do momento da gestação: as mulheres engravidam em idade mais avançada, têm menor número de filhos e amamentam menos”, exemplifica.
E o fator hereditário?
Sim, ele também deve ser considerado. Segundo Rosemar, quando existe um histórico familiar de câncer de mama, principalmente se esse familiar teve câncer de mama abaixo dos 40 anos, é importante que toda família fique mais atenta.
“O aparecimento do câncer antes dos 40 anos pode sinalizar que essa família tem uma predisposição genética para o desenvolvimento da doença”, explica e acrescenta que isso também vale para outros tipos de câncer, como câncer de ovário, pâncreas ou próstata.
Nessas famílias em que existe uma pluralidade cânceres, é indicado que os membros façam um acompanhamento com um mastologista para que recebam orientações adequadas para o momento onde o rastreamento deve ser iniciado, orienta a médica.
Ela diz que, nesses casos de suspeita de predisposição hereditária, os exames que serão solicitados e a frequência com que esses exames serão solicitados é diferente. “O paciente vem com mais frequência ao consultório também, algumas vezes, são sugeridas outras estratégias para redução de risco, até mesmo as cirurgias profiláticas.”
Vale para todas
Rosimar esclarece que, sim, a preocupação maior é a partir do os 40 anos de idade, onde você tem uma frequência maior das doenças mais sérias, mas toda mulher deve ser orientada a observar o seu corpo e as suas mamas desde bem jovem. “É muito importante que, desde a adolescência, a paciente observe e toque sua mama, para criar um referencial de normalidade”, diz. “Assim qualquer coisa que aconteça diferente ela vai notar”, acrescenta.
A médica indica quais sinais devem ser observados e que podem indicar algum problema nas mamas:
- Pele espessa, avermelhada ou repuxada;
- Área endurecida ou algum nódulo;
- Mudança no contorno da pele;
- Mudança do formato da areola e do mamilo;
- Líquido saindo espontaneamente sem apertar, principalmente se for claro.
“Em qualquer uma dessas situações é indicado que você procure um mastologista para ter suas mamas examinadas, mas lembre-se: mesmo que você não tenha nada disso, que olhando ou tocando sua mama, esteja tudo bem, é muito importante que você faça mamografia a partir dos 40 anos anualmente”, finaliza.
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