Sex Education nos mostrou as armadilhas de um relacionamento abusivo

A história da personagem Viv na quarta temporada narra situações que não são saudáveis em um namoro e que servem de alerta a todos

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 18h16 - Publicado em 29 set 2023, 10h19

A quarta e última temporada de Sex Education, como o esperado, chegou cheia de reflexões. Apesar de dar destaque para os protagonistas, a série sempre teve espaço para contar a história de outros personagens interessantes e necessários. É o caso de Viv, interpretada por Chinenye Ezeudu, que nesta temporada nos mostrou as armadilhas, muitas vezes sutis, de um relacionamento abusivo. Vale refletir mais sobre o tema!

A estudante mega inteligente e talentosa foi apresentada ao público na segunda temporada e se tornou a melhor amiga de Jackson (Kedar Williams-Stirling). Agora, se você ainda não viu a quarta temporada ainda, cuidado com spoilers a partir daqui, tá? Nos novos episódios, a dupla chega na nova escola, a inclusiva Cavendish College. É lá onde Viv conhece Beau (Reda Elazouar), um simpático aluno, com quem ela compartilha muitos interesses em comum. Ele, realmente, parece um cara bacana. Após o primeiro beijo, eles se aproximam muito rapidamente. Ela está encantada, afinal ele se mostra doce e carinhoso.

Só que, logo após os dois se tornarem namorados, as coisas começam a mudar. Primeiro, ele fica com ciúmes da amizade de Viv com Jackson, alegando que eles devem estar juntos secretamente. Ela briga com o melhor amigo, defendendo que Beau só é muito intenso. Esse é um primeiro alerta: parceiros abusivos costumam reclamar da amizade, tentando aos poucos fazer você se afastar delas para ficar mais tempo apenas com ele (ou sozinha).

Quando é questionado pelo motivo do ciúmes, usa uma justificativa tóxica mascarada de sentimento: o famoso “é porque eu te amo muito”. Na verdade, ele tenta convencer de que nenhuma amizade é melhor do que estar com ele.

Em outra cena, Jackson pega Beau mexendo no telefone de Viv, sem que ela saiba. Ele percebe que essa invasão de privacidade é mais uma sinal de que o relacionamento da amiga não é nem um pouco saudável. Mas, na maioria das vezes, a própria vítima custa a enxergar e reconhecer o que está acontecendo ou até se culpa por tudo.

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Viv e Jackson
IMDb/Reprodução

Episódios depois, Beau acusa Viv de flertar com um cara qualquer com quem ela conversou na sala. Ele começa uma discussão, que de abuso psicológico passa a ser físico também, ao agarrar o braço da namorada com força o suficiente para doer. Após o ocorrido, a jovem para de responder o namorado, que insiste e diz que a reação dela é exagerada. 

Em conversa com Jackson, Aimee (Aimee Lou Wood) e Isaac (George Robinson), Viv é questionada sobre como se sente quando está com o namorado e a resposta dela diz o que muitas garotas em relacionamentos abusivos já se sentiram. “Às vezes me sinto feliz. E às vezes ele me faz sentir que fiz algo errado. É muito confuso. Nunca sei quando ele vai se chatear”, desabafa. 

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Aimee diz à amiga que Beau parece emocionalmente coercitivo e que o amor não deve ser confuso e assustador. Pelo contrário, “o amor deve te fazer sentir segura e mais corajosa, porque pode ser você mesma com essa pessoa”, como bem diz a personagem.

Mais uma lição que a série deixa: o papel dos amigos diante de um relacionamento abusivo é fundamental, como rede de apoio e para fazer a vítima a abrir os olhos que, muitas vezes, estão fechados por conta de uma paixão, por mais tóxica que ela seja. Se você estiver passando por algo parecido, peça ajuda dos amigos, familiares e de profissionais – você não está sozinha!

Viv é um exemplo. Com a ajuda dos amigos, conseguiu dar um basta no relacionamento e finalizar essa narrativa tão necessária. “Não sei o que fez você ficar assim, e provavelmente é algo muito triste, e espero que você procure terapia, mas se continuar tentando entrar em contato eu, vou denunciar você”, enfatizou a personagem a Beau. 

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Acredite: você também não precisa continuar em uma relação que te faz mal e machuca, existe outro caminho. E, se o abuso psicológico evoluir ou for combinado com o físico, ligue 180 e faça uma denúncia (pode ser anônima) na Central de Atendimento à Mulher.

 

 

 

 

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