Vírus que promete matar o câncer começa a ser testado em seres humanos
Ao todo, 100 pessoas de diferentes lugares dos EUA e Canadá devem ser tratadas com o CF33-hNIS (Vaxinia)
Um vírus inovador, que pode ser usado no combate ao câncer, começou a ser testado na última semana em seres humanos. O estudo foi anunciado pelas empresas de saúde Imunege Limited e City of Hope, e está na fase 1 de teste. O CF33-hNIS, popularmente conhecido como Vaxinia, atua como uma “vacina” que combate as células canerígenas.
O CF33-hNIS é um vírus oncolítico, ou seja, foi geneticamente modificado para eliminar apenas as células prejudiciais ao organismo. O mecanismo de atuação é simples: ao entrar em contato com as células cancerígenas, ele acaba provocando uma explosão, destruindo algumas delas.
Com a explosão, partículas virais do Vaxinia são liberadas, estimulando o sistema imunológico do paciente a continuar agindo para destruir as outras células doentes. A aplicação pode ser via intravenosa ou por injeção direta nos tumores.
Segundo os cientistas, os testes em animais resultaram na redução significativa de tumores sólidos de cólon, pulmão, mama, ovário e pâncreas. Na fase 1 de teste em humanos, um medicamento de imunoterapia chamado Pembrolizumab, que atua na melhora do sistema imunológico, aumentando a proteína que combate células cancerígenas, também será administrado.
Yuman Fong, o principal pesquisador do estudo, explica o sucesso do tratamento, que até se torna mais eficaz durante a quimioterapia, mesmo com as células mais resistentes. “Curiosamente, as mesmas características que eventualmente tornam as células cancerígenas resistentes à quimioterapia ou tratamento de radiação, na verdade, aumentam o sucesso de vírus oncolíticos, como o CF33-hNIS”, disse o diretor de oncologia cirúrgica na City of Hope.
Os especialistas se mostram entusiasmados com a possibilidade, e contam que os tumores de melanoma foram reduzidos praticamente pela metade do tamanho em 36 homens e mulheres que receberam a terapia. Ao todo, 100 pacientes com tumores sólidos metastáticos devem participar do teste, cuja primeira etapa deve durar 2 anos.