Você não precisa ter ansiedade para ter empatia com quem sofre

Episódio do BBB25 entre Gabriel e Diego Hypólito mostra como questões de saúde mental ainda são invalidadas

Por Juliana Morales Atualizado em 4 fev 2025, 14h27 - Publicado em 4 fev 2025, 13h00
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urante o Sincerão do BBB25, na última segunda-feira (3), Gabriel foi questionado sobre desconfiar da crise de ansiedade sofrida por Diego Hypólito. Guilherme perguntou a ele sobre o fair play nesse caso. Gabriel respondeu, então, que não consegue sentir empatia pelo ex-ginasta, já que nunca enfrentou crises semelhantes. “Eu não tenho empatia, porque eu nunca tive isso, nunca tive ansiedade. Sei que existe”, diz. 

Durante a dinâmica, Diego também se posicionou sobre o assunto. “O Big Brother é um jogo de posicionamento e é um jogo de vidas. E teve uma situação de vida, fora os embates normais, que me magoou bastante que foi eu ser duvidado das questões das minhas ansiedade e isso mexe com o Brasil todo e muitas pessoas que passam por isso, e, muitas vezes, muitas pessoas lidam como uma brincadeira”, rebateu.

 

 

A crise de Diego em questão aconteceu durante a manutenção externa no jardim do BBB 25, em que os brothers precisaram ficar muitas horas trancados dentro da casa. A equipe do ex-ginasta afirmou que ele é claustrofóbico e teve uma crise de ansiedade no programa. Durante uma conversa com Gracyanne Barbosa o atleta falou sobre como a ansiedade já impactou sua vida: “Quando eu entrava em um shopping e não via aporta, saía correndo. Eu fiquei dois anos sem andar de avião”.

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Dentro do programa também, Daniele Hypólito ficou revoltada por duvidarem do problema do irmão. “Só que é muito fácil ir para um lugar e duvidar do que você teve. Eu, como irmã, te vi 2 anos trancado dentro de casa. Desde esse dia, eu tô com um nó na garganta gigantesca”, disse ao irmão. 

Em texto anterior da CAPRICHO, Lilian Vendrame, psicóloga e neuropsicóloga, especialista em adolescência, explicou que a ansiedade é muito baseada em pensamentos disfuncionais, que nem sempre são reais, e tendem a ser generalistas e catastróficos.

Os gatilhos e a forma que a ansiedade se apresenta pode variar de pessoa para pessoa, mas seu funcionamento envolve um processo fisiológico comum a todo ser humano – explicamos melhor o que acontece com o nosso corpo durante uma crise de ansiedade aqui. Com esse processo fisiológico, a pessoa pode apresentar falta de ar, coração disparado, transpiração nas mãos, se sentir aéreo e zonzo.

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Segundo os brasileiros, ‘ansiedade’ foi a palavra que melhor descreveu 2024, por refletir o “espírito de uma era de transformações rápidas e, muitas vezes, desorientadoras”. E faz sentido: a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontou que o Brasil está entre os países com maior prevalência de ansiedade do mundo: quase 10% da nossa população convive com transtorno de ansiedade. 

O problema é real e não deve ser questionado nunca.

 

 

 

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