Olivia Rodrigo e a nova rebeldia pop fazem gerações vibrar no Lollapalooza

Sem truques, sem playback e com muita energia, cantora entregou show autêntico e reafirma seu papel como voz de uma nova geração.

Por Arthur Ferreira Atualizado em 30 mar 2025, 15h37 - Publicado em 29 mar 2025, 23h50
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os 22 anos, Olivia Rodrigo já carrega um feito impressionante: ser headliner de um dos maiores festivais do mundo em apenas quatro anos de carreira. Na sexta-feira (29), ela subiu ao palco principal do Lollapalooza Brasil e entregou um show cru, energético e fiel à sua identidade musical.

Sem truques vocais, sem grandes efeitos e sem playback, a cantora norte-americana reforçou o que a torna um dos nomes mais relevantes de sua geração: autenticidade e conexão com o público.

Desde que surgiu com Drivers License em 2021, Olivia foi colocada sob holofotes intensos. Desde então ela tenta se descolar da imagem de estrela da Disney e assumiu as rédeas de sua carreira musical com letras confessionais e um som que transita entre o pop e o rock alternativo.

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No Lolla, essa mistura ficou evidente. Ao lado de uma banda formada apenas por mulheres, ela passeou entre baladas emocionantes, como Vampire e Traitor, e faixas mais pulsantes, como Jealousy, Jealousy – grande destaque do repertório. Em todas elas, o público cantou junto, provando que seu impacto vai além dos hits de streaming.

Mas Olivia ainda está em evolução. Seu show, que valoriza a performance acima da perfeição vocal, levantou discussões sobre sua entrega ao vivo. Com coreografias animadas e muito movimento no palco, ela não priorizou a afinação em alguns momentos. Ao mesmo tempo, demonstrou personalidade ao se jogar sem medo e é justamente esse espírito que a torna fascinante para uma geração que, há pouco tempo, não tinha uma referência feminina jovem nesse estilo musical.

A influência do rock em Olivia não é acidental. Crescida em meio a referências como Alanis Morissette, ela abraça a estética e a atitude de uma cena que parecia distante do mainstream pop dos últimos anos. Ainda que sua música seja mais acessível e melódica, sua presença no Lollapalooza – e a resposta do público – mostram que há um interesse renovado por essa sonoridade.

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Seu público, aliás, é um dos grandes trunfos de sua carreira. O show no Brasil reuniu desde crianças acompanhadas pelos pais até adolescentes apaixonados por cada verso. Olivia representa uma juventude que encontra na vulnerabilidade e na intensidade emocional da sua música um espaço seguro para sentir e expressar suas dores, inseguranças e fúrias.

Comparações com Alanis e outras cantoras de rock dos anos 90 são inevitáveis, mas Olivia tem tempo e talento para trilhar um caminho próprio. Seu amadurecimento musical é um processo em construção, e seu potencial é inegável.

Se aos 22 anos ela já domina palcos gigantes e movimenta multidões, o que vem por aí pode ser ainda mais grandioso. E, pelo que se viu no Lollapalooza, a jovem cantora já entendeu que ser uma rockstar hoje não é sobre ser perfeita — é sobre ser real.

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