Tem medo de viajar sozinha? Saiba algumas dicas para encarar o mundo a sós

Booking.com e Think Olga se uniram para criar um guia para mulheres que viajam sozinhas após 17% delas afirmarem que têm medo disso

Por Gabriela Zocchi Atualizado em 26 ago 2019, 18h00 - Publicado em 26 ago 2019, 17h54

Você já viajou sozinha? Se não, tem vontade de conhecer esse mundão em ~turnê solo~? Para muitas mulheres, embarcar em um avião ou ônibus sem companhia pode ser motivo de pânico, mas não deveria ser assim, né? Afinal, o certo seria que a gente fosse livre para explorar tanto nossa própria cidade quanto as dos outros.

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Divulgação/Getty Images

Foi por isso que a Booking.com se uniu com a ONG feminista Think Olga para desenvolver uma cartilha chamada Mulheres pelo mundo: Um Guia para Viajar em sua Própria Companhia, que incentiva mulheres a fazerem as malas, explorarem novos destinos e conhecerem mais sobre si mesmas por conta própria.

A ideia do projeto surgiu após uma pesquisa* do site de viagens feita com 4 mil pessoas do Brasil, do México, da Colômbia e da Argentina em março deste ano, que mostrava que 62% das mulheres que a responderam já tinham feito pelo menos uma viagem sozinhas para outro país. Acontece que, na mesma pesquisa, 17% das mulheres disseram ter medo de explorar outros lugares a sós, enquanto 100% delas afirmaram que viajariam em um grupo só de mulheres por se sentirem mais seguras.

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Logo, logo queremos contar em profundidade sobre o novo momento de Think Olga. Entre as muitas novidades, está nossa missão atualizada e fortalecida, que já dividimos aqui com muito orgulho: sensibilizar a sociedade sobre questões de gênero e suas intersecções e educar e instrumentalizar pessoas dispostas a serem agentes de mudança na vida das mulheres. ⠀ Essa missão pauta nossas escolhas, nossos caminhos, nossa forma de se colocar no mundo. Queremos compartilhar com vocês um projeto que fizemos ao lado da @think.eva, consultoria de impacto social e nossa organização irmã, e da @bookingcom_br: o “Mulheres pelo mundo: um guia para viajar em sua própria companhia”. O objetivo do manual é pautar uma conversa sobre mobilidade feminina pelas cidades – tema extremamente importante, pois se entremeia a debates de autonomia e segurança da mulher, mas muitas vezes descartado ou ignorado por autoridades, setor privado e mídia. ⠀ Esse tema nos é muito caro. Desde o começo da campanha Chega de Fiu Fiu nos deparamos com este problema naturalizado: as cidades não foram feitas para as mulheres. À mulher falta a liberdade e o direito de circular com respeito pela sua e por outras cidades. A ela não é permitida a rua, o espaço público e a liberdade sem a ameaça de diversas violências. ⠀ Em 2016, quando duas jovens argentinas saíram juntas para um mochilão pela América Latina e foram vítimas de feminicídio no Equador, uma cobertura irresponsável de imprensa gerou um coro de acusações de que elas estavam "viajando sozinhas". Mas eram duas mulheres viajando juntas, elas não viajavam sozinhas. O que ou quem faltava então a elas para humanizá-las? Sabemos a resposta. ⠀ Esse guia vem para instrumentalizar mulheres que querem exercitar sua mobilidade e reconquistar o espaço público em viagens. Nosso trabalho nesse projeto foi essencial para contribuir com a produção de informações seguras, que não culpabilizem as vítimas, e fornecer argumentos e estratégias sólidas para as viajantes.

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Os motivos por essa preferência vão desde a vontade de compartilhar a experiência com outras pessoas até o medo de sofrer assédio ou outro tipo de violência. “As mulheres foram por muitos anos entendidas como seres domésticos. Esse guia tem o peso de mostrar que elas podem conquistar os lugares públicos em qualquer cidade”, explicou Juliana de Faria, uma das fundadoras do Think Olga.

E o medo de percorrer o mundo em sua própria companhia não vem apenas das mulheres, viu? 61 % dos homens e das mulheres latino-americanos que responderam à pesquisa acreditam que existe um preconceito com as moças que viajam a sós. Entre os viajantes de 18 a 29 anos, o número sobre para 72%, o que prova que os jovens são ainda mais sensíveis em relação ao assunto, ainda que a geração Z, que aborda pessoas nascidas entre meados de 1990 até o início de 2010, prefira investir seu dinheiro em experiências como viagens em vez de bens materiais.

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É claro que viajar sozinha requer alguns cuidados, independente de para que país ou continente você vá, mas pode ser também uma chance de se conhecer melhor, de viver experiências incríveis e de encontrar pessoas que podem marcar sua vida positivamente para sempre. “Descobrir sua própria companhia já é uma jornada de autodescobrimento e de seu espaço ao redor”, afirma Juliana.

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You belong among the wildflowers, you belong somewhere you feel free 🌻 ⠀⠀ ⠀⠀ Esse campo de girassóis é um dos lugares mais lindos que eu já visitei nos Estados Unidos! A temporada de girassóis está chegando e eu estou contando os dias para visitar a Colby Farm de novo 💛 ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀⠀⠀ #estadosunidos #colbyfarm #USA #sunflower #wildflower #girasol #sunflowerfield #estudarnoexterior #summertime #wearetravelgirls #prefiroviajar #melhoresdestinos #destinosimperdiveis #instatravel #lugaresincriveis #blogueirosdeviagem #tourpelomundo #blogdeviagem #shutupandgo #travelgram #viajarfazbem #viagemperfeita #viageminternacional #tourpelomundo #travelmore

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Se você tem vontade de explorar por aí por conta própria, se liga em algumas das dicas do guia Mulheres pelo mundo:

1. Comece explorando sua própria cidade

Você já tirou um tempo para ir ao cinema ou a algum restaurante sozinha? Esse é um ótimo termômetro para ver se você está pronta para embarcar na sua própria aventura.

2. Converse com outras mulheres que já fizeram o mesmo tipo de viagem

Elas podem te explicar como é a realidade na cidade em que você pretende ir e de quebra ainda dar dicas de lugares para comer, para conhecer, para tirar foto…

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I meet a lot of people in my travels that aspire to be influencers, but don’t have any skill with a camera. In fact, I often get people telling me that ‘it’s easy for me because I can easily create great content’. Um, it’s not easy for me (number 1) and also, you don’t need to be a photographer to produce great content. This was a topic that I dived into recently when I was producing my new online course with @TreyRatcliff , and a topic I plan to cover in a lot more detail at the next Travel Bootcamp. The thing is, the vast majority of my favorite Instagram accounts aren’t photographers at all. They think outside the square. They curate great feeds using ‘user generated content’, think @Australia . Or they hire photographers to create content of themselves, as I’m starting to do more often. (Pictured). They focus on giving great value to their audience, not always with “photography”, think @CelesteBarber who creates all of her content with an iPhone. The point is, if you have a content strategy and you’re talking about topics that you’re passionate about, then you don’t need to be a photographer at all in order to have an influential Instagram account. And you can get started with literally zero experience, although it does help to have a road map. @TheTravelBootcamp *wink wink* 😂 #TheTravelBootcamp . . . . . #Success #Entrepreneurship #Influencer #Photographer #Motivational

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3. Cogite começar por lugares onde o idioma não é uma barreira

Decidir ir para o Japão em sua primeira viagem sozinha pode ser um pouco mais desafiador se você não falar nada de japonês. Por isso, se está insegura, pode ser legal começar a fazer viagens curtas dentro de seu próprio país ou para lugares onde a língua é uma barreira menor. Sabe um pouco de inglês? Que tal tentar os EUA? Arranha o espanhol? Argentina e Uruguai, por exemplo, são pertinho daqui e têm destinos incríveis.

4. Siga sua intuição

Mulheres são seres intuitivos por natureza, por isso, ouça o que aquela vozinha interior tem a dizer. Se você está viajando e sente que não deveria sair à noite ou pegar um táxi sozinha, por exemplo, respeite sua intuição.

5. Faça da internet e dos apps seus melhores amigos

Atualmente, é muito fácil comprar SIM cards ou pacotes de dados pré-pagos em sua operadora telefônica, e por mais que desconectar enquanto viaja seja incrível, também é importante ter à mão mapas, apps de tradução simultânea e até guias de viagem, especialmente quando se está só. Por isso, garanta internet assim que chegar ao seu destino e, caso vá dar alguns rolês sozinha, compartilhe com pessoas de confiança a sua localização.

6. Torne-se conhecida pelas pessoas locais

Crie o hábito de cumprimentar os funcionários do hotel onde está hospedada, ou a galera da escola na qual está estudando. Ao se fazer conhecida, você cria laços com essas pessoas, que além de te darem dicas de lugares onde comer ou de festas locais interessantes para ir, podem te proteger na hora do aperto. Pergunte a essas pessoas também dicas de segurança na cidade, como se é ok ir a um bairro mais distante ou se o metrô à noite é seguro, por exemplo.

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🇫🇷 Day 2 of #TastyTravels with @hotelsdotcom in Paris! There are so much good pastry here that I've literally been eating them all day. I was so jetlagged last night that I passed out before the sun even set (which is like at 11pm here!) and consequently woke up very early at 4am. So I took the first metro at 5:45am to Eiffel Tower for sunrise. I arrived at 6am and the place was EMPTY! well, except for couples shooting their bridal photos. And of course I brought my macarons… for breakfast 😂! These are from Pierre Hermé, a crowd's favorite when it comes to macarons in Paris. I got the Rose, Ispahan and Jasmine flavor, also Jardin Andalou (not pictured but it's mandarin orange and raspberry). surprisingly Jasmine was my favorite even though I tend to not like flowery fragrant flavors, but this one was perfect! What I like the most about Pierre Hermé is that the taste of their pastries are not too overwhelmingly sweet. A must try when you are in Paris. #shotoniphone8plus #shotoniphone #eiffel #paris #macaron #pierrehermé #pierreherme #GirlEatParis

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7. A escolha da acomodação diz muito

Se você está sozinha e preza por uma boa noite de sono, sem ter que se preocupar com seu pertences, por exemplo, um hotel pode ser a melhor opção. Agora se quer conhecer pessoas e fazer amizade com a galera, um hostel é o ideal, já que nesses lugares os hóspedes tendem a ser mais abertos e a fazer companhia para os colegas de quarto durante os passeios.

8. Cuidado com estranhos

Conhecer pessoas e fazer novas amizades é sempre muito legal, mas quando estiver viajando sozinha, fique sempre atenta. Não aceite, por exemplo, bebidas oferecidas por pessoas que você não conheça, a não ser que sejam abertas ou preparadas na sua frente. Encontrou um crush gringo para chamar de seu? Que tal marcar dates em lugares públicos e com bastante gente? Dessa forma, se algo estranho acontecer, você pode pedir ajuda às outras pessoas.

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Eu viajo pra sentir essa energia nova batendo no meu rosto, essa sensação de entusiasmo que toma conta ao chegar num lugar diferente, essa noção de pertencimento que cresce a cada destino que eu visito. E que me faz ter a certeza de que o mundo ser um lugar tão incrível assim tem uma finalidade: ser vivido. Quem vem? ⇢🌎🌍🌏 #puravida

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Se empolgou para planejar uma viagem sozinha? Se quiser mais dicas ou reflexões, o guia Mulheres Pelo Mundo está disponível online e para download no site mulherespelomundo.com.

*A pesquisa foi feita em março de 2019 com 4 mil respondentes de Brasil, México, Colômbia e Argentina, sendo mil por país, com homens e mulheres de 18 a +60 anos que já realizaram pelo menos duas viagens internacionais.

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