Pabllo Vittar: ‘Sempre soube que ser drag é ser revolucionário’

Maior drag queen brasileira lança seu sexto álbum de estúdio e estrela a capa da CAPRICHO de Abril. Em um papo e shooting exclusivo, ela contou tudo sobre.

Por Sofia Duarte Atualizado em 29 out 2024, 15h58 - Publicado em 12 abr 2024, 12h00
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Eu sempre soube que a arte drag é uma atitude política e revolucionária”, afirma Pabllo Vittar ao relembrar seu início na montação drag. A artista brasileira de 30 anos natural de São Luís, no Maranhão, tem um histórico de pioneirismo que a tornou um grande símbolo de representatividade LGBT+ para a geração atual.

Depois do EP Open Bar, lançado em 2015, veio o sucesso do álbum Vai Passar Mal, que foi a trilha sonora do Carnaval de 2017, e, a partir de então, os hits não pararam e até extrapolaram fronteiras, com turnês internacionais e o marco de ser a primeira drag queen a integrar o line-up do Coachella, em 2022. 

No entanto, a cantora prova que nunca abandonou suas raízes com o lançamento de Batidão Tropical Vol. 2, álbum em que reinterpreta canções icônicas do Norte e do Nordeste brasileiros. Ela olha para o passado e o projeta no futuro, esse que envolve o ativismo político da arte drag se expandindo e ganhando cada vez mais espaços.

‘Fazer o P, fazer o P’

Pabllo Vittar na CAPRICHO
Gabriel Renne/CAPRICHO
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Pabllo Vittar veste:

Eve (@eve_project_ + @evyn____); Gargantilha (@paularondon_brand); Brincos (@adalove.design(; Anéis (@swarovisk); Acessórios de cabeça (@paularondon_brand); Sapatos (@eurico_oficial).

Agora, em abril de 2024, Pabllo Vittar retoma um de seus projetos mais especiais ao novamente homenagear suas origens com Batidão Tropical Vol. 2, que celebra músicas icônicas do Norte e Nordeste do Brasil. Diferente do primeiro volume, este traz colaborações especiais, como Não Vou Te Deixar (I Don’t Wanna Get Hurt), com Gaby Amarantos, continuando com o propósito de regravar faixas que celebram a diversidade brasileira, como o ritmo tecnomelody paraense que ouvimos em Ai ai ai Mega Príncipe, original da Banda Batidão, e uma nova versão de Pra Te Esquecer, da Banda Calypso.

É muito bom ter referências nacionais incríveis, como Joelma, Paulinha Abelha e outras ‘gatas’ que eu ouvia quando era criança. Elas moldaram a forma com que me apresento no palco e sou fã delas e escuto até hoje.

Pabllo Vittar, em entrevista para a CAPRICHO

“É muito bom ter referências nacionais incríveis, como Joelma, Paulinha Abelha e outras ‘gatas’ que eu ouvia quando era criança. Elas moldaram a forma com que me apresento no palco e sou fã delas e escuto até hoje”, afirma. Com esse trabalho de relevância, Vittar ainda reapresenta a história da música nacional para a galera jovem. “Muitos dos meus fãs não conhecem essas músicas, mas provavelmente a mãe ou a tia deles já ouviram. Apesar de ser um álbum de regravações, para algumas pessoas é de inéditas, e o objetivo é mostrar essa discografia incrível.”

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A cantora define Batidão Tropical Vol. 2 como um disco ‘solar’, perfeito para animar o dia. “É um álbum feito para você se divertir, e ele me traz nostalgia. São músicas dançantes, que falam de amor, para ouvir com a família em um churrasco, com os amigos, e também vão tocar na balada.”

Uma drag nordestina para o mundo

 

Pabllo Vittar_BREAKING NEWS_CAPRICHO
Gabriel Renne/CAPRICHO
Pabllo Vittar veste:

Eve (@eve_project_ + @evyn____); Gargantilha (@paularondon_brand); Brincos (@adalove.design(; Anéis (@swarovisk); Acessórios de cabeça (@paularondon_brand); Sapatos (@eurico_oficial).

RuPaul’s Drag Race, o reality show de competição de drags mais famoso do mundo, comandado por RuPaul, introduziu muita gente na arte drag, e isso também aconteceu com Pabllo. “A primeira vez que me montei foi com 18 anos em uma festa de Halloween”, recorda. “Eu sempre me atraí pelo mundo artístico e, quando descobri que existiam drags que cantavam, dançavam, modelavam… Percebi que era isso que eu queria fazer.”

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Mas uma manifestação artística que pode ser feita por qualquer pessoa e que, mais do que isso, envolve cunho político, representatividade LGBT+ e quebra de estereótipos sempre vira alvo de preconceitos em uma sociedade moldada pelo conceito da binaridade de gênero.

Já passei por cada uma… Mas faria tudo de novo. Eu me sinto muito honrada sendo uma referência para toda uma nova geração de drags.

Pabllo Vittar, em entrevista para a CAPRICHO

“É muito trabalhoso, mas muito gratificante também, fazer esse trabalho no Brasil, um país tão preconceituoso. Já passei por cada uma… Mas faria tudo de novo. Eu me sinto muito honrada sendo uma referência para toda uma nova geração de drags, me sinto uma ‘RuPaulzinha’. É louco. Em um dia, você está começando um ‘babado’, no outro você é uma referência mundial nisso.”

“O conselho que eu dou para quem está começando ou quer começar na arte drag é: não escutem os outros. Se é isso que você acredita, vai e faz. Pra falar, vai ter um monte de gente; pra te ajudar, serão poucos”, completa.

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