Estúdio Traça leva upcycling ‘delulu’, pop e inovador à Casa de Criadores
Marca levou looks autorais e co-criados com estudantes à passarela da semana de moda autoral em São Paulo.

pós a energia provocativa e colorida da coleção Brazilian Dolls, o Estúdio Traça mergulha em uma atmosfera mais reflexiva com a coleção DELUSIONAIRE. Sob a direção criativa do estilista Gui Amorim, as peças apresentadas na Casa de Criadores 56 foram todas feitas de upcycling — uma marca da Traça —, e co-criadas com estudantes da FAM (Faculdade das Américas).
O pop autêntico e delirante tem tudo a ver com a ideia do upcycling, afirma Amorim. “Isso de imaginar cenários, ter ideias, para depois colocar no mundo e convencer os outros de que isso é algo válido, é muito ‘delulu’. É daí que parte a nossa ideia principal para essa coleção.”

Então, o que acontece quando a gente imagina novos cenários e futuros? E o que acontece quando isso é no universo da moda? A resposta surge em 15 looks autorais e 10 co-criados com os estudantes, reafirmando o compromisso do Estúdio Traça com a troca e a formação de novas vozes no design de moda.
A coleção se ancora no reaproveitamento criativo de materiais — como o denim de acervo e em parceria com a Levi’s®, tules e malhas reutilizadas, além de tecidos fornecidos pela Serg Denim — para criar peças que revelam novas formas a partir do que já existia.
As construções revelam transformações ousadas na passarela: jaquetas viram corsets, mangas de jaqueta viram saia, calças se tornam vestidos blusas, e golas migram para lugares improváveis, como costas e tórax.
As peças são marcadas por sobreposições, fivelas, texturas contrastantes e um styling que transforma o salto alto em gesto de escolha — não de imposição. Com a construção da stylist Yumi Kurita, as peças transitaram na passarela inspirações de um desfile da Dior e Jean Paul Gautier, uma mistura entre a era vitoriana e o dia a dia dos motociclistas viajantes.
A cartela de cores é marcada por tons densos como vinho, preto e azul denim, pontuados por brilhos ácidos e texturas opacas, evocando um cenário noturno, entre o sonho e o backstage.


A beleza, assinada por Celso Kamura, trouxe as mesmas cores na maquiagem, com delineado gráfico e sombras marcantes nos tons de roxo e verde neon, com lápis preto marcado e cílios postiço. Para dar um tom mais dramático e lúdico, ele apostou em um iluminador lilás da linha da Hello Kitty com a Bruna Tavares.
“Tem uma vibe de construção, drag queen, marcante, de alguém que pode ser o que quiser ser”, disse Kamura à CAPRICHO.
DELUSIONAIRE constrói uma narrativa potente sobre desejo, fé e autoimagem — como se cada look fosse o figurino de uma estrela que ainda não pisou no palco. Gui Amorim desenha uma personagem que transforma fantasia em linguagem e estilo em resistência. “É sobre continuar acreditando, mesmo quando não se é levado a sério”, afirma o estilista.
Mais do que uma coleção, DELUSIONAIRE é um manifesto visual sobre a força de quem insiste em si, mesmo em silêncio.

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