O que são as ‘waist beads’ que a Manon do KATSEYE usa?

anon, de 23 anos, é membro do grupo feminino global KATSEYE, que vem se tornando cada dia mais popular. Embora a integrante tenha nascido em Zurique, na Suíça, ela possui descendência italiana e ganense, e sempre deixa em evidência de onde vêm as suas raízes. Prova disso é o uso das waist beads, ou em tradução para o português “contas de cintura”, que possuem um significado tradicionalmente africano.   

Em um vídeo publicado nas redes sociais, Manon revela que usa as waist beads, também conhecidas como yombas, desde que tinha dois anos de idade. Ela também conta que os acessórios vieram de Gana, e simbolizam a feminização. Outra revelação é que os cordões que usa atualmente estão com ela há dois anos já.

O que as ‘waist beads’ significam?

As contas de cintura possuem um significado cultural pautado em tradições originárias da África Ocidental. Elas podem simbolizar maturidade, fertilidade e poder. Em algumas culturas, o tipo, cor e tamanho podem comunicar a idade e o status social. Desde a infância, são usadas como forma de iniciação no mundo feminino: os cordões são dados às meninas para ajudá-las a moldar suas figuras ao longo da vida.

Meses atrás, Manon recebeu comentários de usuários nas redes sociais que descartavam suas raízes culturais, apesar das evidências de sua herança e identidade ganesas. Um das publicações dizia: “O pai dela é ganês, não ela. Ela nasceu e foi criada na Suíça. Ela tem ascendência africana. Ela é birracial. Ela tem mãe branca e pai negro. O pai dela nasceu em Gana. Ela é europeia.”

Muitos fãs saíram em defesa da cantora, defendendo que sua identidade não deve ser apagada por causa do lugar onde ela nasceu. “As pessoas dizem coisas como: ‘Ela é da Suíça’. Bem, sim, mas ela também tem um pai ganês, negro. E aí, o que tem?”, escreveu um dos usuários. Outro comentário apontou o erro em dizer que Manon não sofre racismo porque tem mãe branca e cresceu na Suíça.

Manon se manifesta e representa constantemente a comunidade negra africana, seja pelo uso da waist beads, pelas tranças ou por mostrar seu apreço pela cultura. E, embora fale sobre as belezas dessa identidade, ela não hesita em falar sobre as dificuldades que enfrenta como uma mulher negra na indústria.

“Ajustar-se à fama definitivamente teve seus desafios. Como mulher negra, sinto que, às vezes, sou mantida em um padrão diferente, como se houvesse uma pressão para ser perfeita ou para carregar mais do que apenas a minha própria história. E isso pode ser muito pesado”, revelou em entrevista ao The Hollywood Reporter.

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