Shitsurei aborda síndrome do impostor em desfile na Casa de Criadores

A estilista Marcella Maiumi reflete sobre o mecanismo que leva à autossabotagem de pessoas racializadas e LGBT+

Por Sofia Duarte Atualizado em 29 out 2024, 15h32 - Publicado em 31 jul 2024, 11h11
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síndrome do impostor foi o grande tema da coleção ‘Impersona‘ apresentada pela marca Shitsurei, da diretora criativa Marcella Maiumi, na Casa de Criadores 54 nesta terça-feira (30). A estilista coloca na passarela esse sentimento de insuficiência que leva à autossabotagem, muito representado pelas máscaras, que são moldes do próprio rosto dela feitos em tecido usando resina, e o medo de caírem, revelando o seu verdadeiro eu.

“Apesar de saber que a síndrome do impostor é algo que passa por uma configuração capitalista e patriarcal, às vezes me pega, me bota no chão, e eu acabo acreditando, assim como muita gente também”, declara Marcella em entrevista à CAPRICHO.

Desfile da coleção 'Impersona' da Shitsurei na Casa de Criadores 54
Desfile da coleção ‘Impersona’ da Shitsurei na Casa de Criadores 54 Marcelo Soubhia/ @agfotosite/Divulgação
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Diante de uma trilha sonora de terror, que traz a ansiedade e o medo da decepção à tona, o desfile começa com uma apresentação de balé, que também está presente de forma imagética nos looks. A ideia foi apresentar um símbolo de busca pela alta performance acima de tudo, inclusive das saúdes física e mental, mascarando a dor no contexto da busca por validação. Na passarela, os esparadrapos e band-aids colocados nas mãos e pés dos modelos também cumprem esse papel.

Desfile da coleção 'Impersona' da Shitsurei na Casa de Criadores 54
Desfile da coleção ‘Impersona’ da Shitsurei na Casa de Criadores 54 Marcelo Soubhia/ @agfotosite/Divulgação
Desfile da coleção 'Impersona' da Shitsurei na Casa de Criadores 54
Desfile da coleção ‘Impersona’ da Shitsurei na Casa de Criadores 54 Marcelo Soubhia/ @agfotosite/Divulgação
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Marcella afirma que, quando se trata de síndrome de impostor, em especial nos casos de indivíduos marginalizados pela sociedade tradicional, é fundamental entender que existe um sistema por trás. “Quando vai te pegar, vai te pegar, mas entenda que é algo exterior, que faz parte de um mecanismo horroroso com mulheres, com pessoas racializadas e com membros da comunidade LGBTQIAPN+ principalmente. Porque a gente sente muito mais essa necessidade de performar perfeição, a gente se sente inadequado o tempo todo. E acho que dá para fazer da inadequação uma boa limonada“, conclui.

@capricho

A estilista Marcella Maiumi, da Shitsurei, explica a coleção baseada no conceito da síndrome de impostora que apresentou na #CasadeCriadores 54 💫 #desfile #estilista #semanademoda

♬ som original – Capricho

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