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‘É mais do que necessário valorizar as potências dos jovens brasileiros’

O professor de Geografia que amamos, João Luiz Pedrosa, conversou com a CAPRICHO sobre o papel da edução na nossa vida

Por Marcela de Mingo, especial para a Capricho Atualizado em 29 out 2024, 18h32 - Publicado em 13 jul 2023, 14h05
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oão Luiz Pedrosa é uma potência da Educação. Talvez assim, de nome, você não saiba do que estamos falando, mas João é famoso – ele fez parte do elenco da edição 21 do Big Brother Brasil, da TV Globo. Ainda no reality show, ele chamou a atenção pelo seu discurso super politizado e que defendia pautas importantes e que ainda são assunto por aqui, como o racismo e o acesso dos jovens à educação. 

E quando a gente diz potência, é uma potência mesmo. O então professor de Geografia hoje é Mestre em Educação, apresentador no Canal Futura e no GloboPlay, acumula quase 3 milhões de seguidores no Instagram e é ativista – não à toa que ele é convidado para palestrar e fazer discursos antirracistas no Congresso, né?!  

Com tudo isso em mente, CAPRICHO sentou para conversar com o João sobre o cenário da educação brasileira hoje. A gente bem sabe que os jovens costumam ficar em último lugar nas pautas políticas, mas isso precisa mudar.

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Divulgação/Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Afinal, com ataques em escolas (a gente mergulhou nesse assunto complexo neste texto aqui) se tornando cada vez mais comuns por aqui e o sucateamento da educação pública, fica complicado pensar em deixar tudo como está. Já que estamos falando de futuro – e a nossa galera é o futuro – nada melhor do que refletir sobre o agora para mudarmos o depois. 

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Leia na íntegra a nossa conversa com o João sobre o assunto: 

CAPRICHO: João, no cenário que vemos hoje no Brasil, qual a importância de priorizar os investimentos em educação? 

João Luiz Pedrosa: Priorizar investimentos na educação impacta positivamente a vida, conhecimento e produtividade dos estudantes, mas vai além, é um movimento que também engloba uma melhoria em outros âmbitos que permeiam a educação, como qualidade de vida, segurança, melhores oportunidades no mercado de trabalho, saúde… E acredito que possa ser o início de uma reflexão profunda sobre um futuro próspero para os jovens estudantes de hoje. 

Qual é o maior impacto que a falta de investimentos na educação tem na nossa juventude, hoje? 

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Além de impactar em condições consideradas básicas na vida de um estudante e toda a comunidade, como o acesso às disciplinas, alimentação, transporte, segurança, estímulo intelectual, qualidade de vida… A falta de investimentos nesse contexto também desacelera o acesso à Internet, por exemplo, que hoje também faz parte de uma necessidade na vida do estudante. Durante a pandemia, eu tive muitos alunos que não tiveram acesso à educação nesse período simplesmente por não terem acesso à Internet. 

São os jovens que diariamente frequentam o ambiente escolar, que utilizam de transporte público, saúde pública… eles são a voz da realidade

João Luiz Pedrosa

Falando em juventude… qual é o papel dos jovens na construção do Brasil? 

Direcionar a atenção às percepções e necessidades dos jovens estudantes do nosso país contribuirá para um futuro diferente do que vivemos hoje. São os jovens que diariamente frequentam o ambiente escolar, que utilizam de transporte público, saúde pública… eles são a voz da realidade e, dessa forma, é inegável que essa vivência seja de extrema valia para um processo de melhoria para o futuro do país.

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E o que você sente que pode mudar na forma como as lideranças (sejam governamentais ou privadas) se relacionam com os jovens? 

Acredito que implementar um movimento conciso sobre escuta, diálogo, troca de experiências e ideias entre os jovens e lideranças, sejam governamentais ou privadas, possa ser um caminho para a melhoria dessa relação.

O Brasil experienciou 5 ataques com mortes em escolas apenas entre 2022 e 2023. O que você acha que motivou esses ataques? E como podemos evitar que eles aconteçam no futuro? 

Não podemos aceitar que a escola deixou de ser um espaço seguro para os estudantes. São muitas nuances que podem ter motivado tais ataques no Brasil, e creio que o sentimento de que “a violência é a saída” faz com que isso se torne mais recorrente. Tornar esses ataques verdadeiros espetáculos é muito problemático. É necessário pensar em políticas públicas eficientes de combate ao armamentismo e principalmente de conscientização dos jovens e acompanhamento psicológico nos ambientes escolares. Esse talvez seja o caminho.

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O que os jovens podem fazer hoje para melhorarem as suas perspectivas futuras? 

O principal é trabalhar o processo de escuta dos estudantes. Nos parece que, à medida em que vamos avançando os anos, as perspectivas de geração de emprego, renda e de possibilidades educacionais e informacionais vão se tornando mais fluidas. Não temos muita certeza do que queremos ou do que vamos fazer – e não estou dizendo que mudar seja algo negativo, pelo contrário – digo, pois isso impacta diretamente nas nossas perspectivas futuras. Valorizar suas potências e suas particularidades é algo que se faz necessário. O Brasil é recheado de jovens multitalentosos e isso precisa ser potencializado para avançarmos para uma sociedade melhor.

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