
Parece fofo, mas não é: 11 emojis usados por abusadores nas redes sociais
O que parece uma figurinha inofensiva pode esconder uma linguagem que sexualiza a infância, a adolescência e facilita crimes sexuais.
les parecem inofensivos. Estão nos nossos stories, legendas, mensagens e posts. Mas alguns emojis, aqueles desenhos fofinhos que usamos para nos comunicar com amigos, familiares, contatinhos, etc., do teclado, têm sido usados como código secreto entre abusadores para se referirem a crianças, adolescentes e ao abuso sexual nas redes sociais. E, sim, você frequenta esses espaços e já pode ter passado por algum perfil assim.
O alerta é sério e urgente: existe um padrão de uso desses emojis para camuflar intenções criminosas e se comunicar entre si em grupos, perfis falsos e até mesmo em comentários públicos em perfis “desejáveis”. O que parece apenas uma figurinha inofensiva pode esconder uma linguagem que sexualiza a infância, a adolescência e facilita crimes sexuais e aliciamento de menores.
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Segundo organizações como a SaferNet Brasil e pesquisadores de crimes cibernéticos, os abusadores utilizam emojis como códigos por dois principais motivos:
- Driblar a moderação das plataformas (que ainda não detectam automaticamente todos os usos irregulares);
- Conversar de forma “silenciosa” com outros abusadores ou com possíveis vítimas, sem levantar suspeitas imediatas de pais, responsáveis ou professores.
Esses símbolos são usados isoladamente ou em combinação com outros emojis e frases, muitas vezes em publicações de crianças e adolescentes vistas como “hipersexualizadas” ou adultizadas nas redes sociais.
Emojis “codificados” podem aparecer em vídeos, fotos e outros conteúdos e tem motivado muitos pais e responsáveis a limitarem ou a deletarem publicações de seus filhos, sobrinhos e enteados das redes sociais, com medo de alguma interpretação equivocada por oportunistas.
Abaixo, veja quais são os emojis que têm sido usados com esse fim (e seus significados ocultos). Ah, e ponto importante para que você entenda: estes emojis não são ruins em si. O problema está no contexto em que são utilizados, ok?
- 🐻 Urso – pode representar crianças, especialmente meninos pequenos.
- 🍭 Pirulito – simboliza inocência, algo “doce e desejado”, ou funciona como isca.
- 🍼 Mamadeira – associado à infantilização e bebês.
- 🧃 Caixinha de suco – referência visual a algo “infantil” com duplo sentido.
- 👶 Bebê – representação direta de crianças muito pequenas.
- 🍌🍑🌮 – utilizados com conotação sexual (em geral, entre adultos, mas também nesse contexto criminoso).
- 🎀 Laço rosa – pode ser usado para indicar meninas pequenas.
- 🛁 ou 🧼 – referência a banho, com sentido sexual disfarçado.
Esses emojis podem aparecer em comentários, bios de perfis, mensagens privadas ou legendas, e não significam automaticamente algo errado — mas, em alguns contextos, são usados como sinal entre abusadores ou aliciadores de menores de idade.
- Emojis usados em excesso ou de forma estranha em comentários em perfis de crianças e adolescentes;
- Combinações entre eles com frases sexualizadas ou “fofas demais” para alguém desconhecido;
- Presença desses emojis em perfis falsos ou com fotos roubadas de crianças e adolescentes nas redes sociais;
- Usuários adultos que interagem frequentemente com contas de menores com esse tipo de linguagem simbólica.
Mas, CAPRICHO, o que fazer se eu identificar algo suspeito?
Bem, se você é um ou uma usuária frequente das redes sociais, pode estar exposto a esse tipo de perigo, sim. Se você notar comentários, perfis ou mensagens com esse tipo de conteúdo e simbologia no seu próprio perfil ou de amigos e conhecidos, as melhores indicações são:
- Não interaja. Não responda. Não confronte;
- Tire prints e salve links;
- Denuncie à plataforma em questão;
- Faça uma denúncia nos canais oficiais;
- E, claro, converse com um adulto de confiança antes de todos esses passos, ok?
É assustador pensar que até um emoji pode ser usado para o mal, né? Mas saber disso é o primeiro passo para se proteger e proteger quem está ao seu redor. Crianças e adolescentes como você, leitor e leitora de CAPRICHO, não devem carregar esse peso sozinhos e é por isso que falar sobre o tema com responsabilidade é tão importante.
Disque 100 – canal nacional de denúncia de violações de direitos humanos;
SaferNet – denuncie de forma anônima: new.safernet.org.br;
Em caso de emergência ou risco imediato, procure o Conselho Tutelar ou a delegacia especializada mais próxima.
Se algo te deixa desconfortável ou confuso na internet, confie no seu instinto. Fale com um adulto de confiança, compartilhe suas dúvidas e, principalmente, saiba que a culpa nunca é da vítima.
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