Você está financiando a destruição da Amazônia (e não sabe)

A sua conta bancária tem culpa no cartório, infelizmente.

Por Maki de Mingo, especial para a CAPRICHO Atualizado em 29 out 2024, 18h15 - Publicado em 3 out 2023, 06h00

Se você acompanha as notícias, sabe que não está fácil para alguns estados brasileiros quando o assunto são desastres e fenômenos da natureza, de modo geral, causados pelas mudanças climáticas.

No Rio Grande do Sul, um ciclone causou destruição, deixando mortos e desabrigados nas últimas semanas. No Amazonas, a seca já causou morte de animais, barcos encalhados e até o abastecimento de comunidades. 

 

É impossível falar sobre esse assunto e não citar o aquecimento global. A verdade é que já estamos vivendo os efeitos do aumento da temperatura no globo e, daqui para a frente, a situação tende a piorar. Longe de nós causarmos pânico e alarme, mas a verdade é que é o momento de agir. 

Enquanto as grandes mudanças dependem das grandes indústrias e de políticas públicas e ações governamentais, nós podemos fazer a nossa parte pela manutenção do planeta. A começar pelo dinheiro

Sim, vamos falar dos grandes bancos

Acredite se quiser, por mais que a indústria do petróleo e a agropecuária tenham um papel gigantesco na crise climática, os bancos são bastante responsáveis pela destruição ambiental também. 

Olha só: um relatório liberado esse ano e desenvolvido pelos pesquisadores do Stand.earth Research Group, chamado “Capitalizing on Collapse”, demonstrou que oito grandes brancos brasileiros, europeus e norte-americanos colaboraram com mais de $20 bilhões de dólares em financiamentos destinados a empresas de petróleo e gás que estão destruindo a Amazônia. 

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Os bancos são: 

  1. JP Morgan Chase
  2. Citibank
  3. Itaú Unibanco 
  4. HSBC
  5. Santander
  6. Bank of America
  7. Bradesco 
  8. Goldman Sachs

Vixi, tenho conta nesses bancos… e agora? 

Existe uma forma de você cuidar do seu dinheiro de maneira que ele não colabore para o desmatamento da Amazônia e a crise climática. Assim como já falamos muitas vezes antes, tomar pequenos passos em direção a uma vida mais sustentável é importante, sim, e você pode começar seguindo as dicas abaixo

1. Mude o seu dinheiro de lugar

O primeiro passo é óbvio: se você não quer colaborar com a crise climática e tem conta em um desses bancos, hora de rever onde você coloca o seu dinheiro. Pense no seguinte: manter uma conta em um desses bancos significa pagar taxas de manutenção ou de cartão de crédito que colaboram para o lucro dessas empresas e que são reinvestidos em outras empresas que, sim, estão destruindo o meio ambiente. 

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Se você tem medo de fazer uma troca brusca, pode pesquisar opções mais sustentáveis – o Banco do Brasil é considerado o banco mais sustentável do mundo, sabia? – abrir uma nova conta e migrar o seu dinheiro gradualmente. 

2. Busque conhecimento

Se mudar a sua grana de banco não é possível no momento (contas-salário, por exemplo, precisam ser no banco determinado pela empresa), vale a pena você se informar o máximo possível sobre as instituições que esse banco financia e buscar opções para o longo prazo. 

Caso você esteja no time que quer abraçar o ativismo ambiental, vale a pena procurar apoio para pressionar essas instituições a gerar mudanças significativas na sua conduta. Nos Estados Unidos, por exemplo, alunos das universidades de Harvard, Minnesota e Boston se uniram para exigir que as suas universidades parassem de financiar projetos relacionados ao uso de combustíveis fósseis (como o petróleo). Isso vai exigir organização, tempo e paciência, mas também é uma via possível. 

Para quem é do time que investe, a regra do conhecimento também vale: existem fundos verdes e opções sustentáveis que podem fazer parte da sua carteira de investimentos e que fogem das garras dos bancões. 

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3. Aceite o que você pode e não pode mudar

Sejamos sinceros: no fim do dia, os grandes bancos têm um poder absurdo na economia mundial e dificilmente vão mudar do dia para a noite. Mas vale a gente lembrar que a ação individual pode gerar uma mudança coletiva que, a longo prazo, vai exigir mudanças dessas instituições. 

Então, faça o que for possível dentro da sua realidade e aceite (por enquanto) o que está fora do seu controle. Escolher as nossas batalhas diante da crise climática é importante inclusive para manutenção da nossa saúde mental e integridade física, afinal, estamos falando de instituições bilionárias versus a sua sobrevivência. É uma balança complexa, mas muito desregulada. 

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