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Autoestima: o que são estrias e por que está tudo bem em conviver com elas

Aceitar as marquinhas é também aceitar que o seu corpo é perfeito exatamente como ele é, miga <3

Por Izabel Gimenez Atualizado em 11 out 2020, 11h32 - Publicado em 11 out 2020, 10h02
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Divulgação/CAPRICHO

A pele é o maior órgão do corpo humano e, conforme crescemos, ela vai aumentando de tamanho. Já parou para pensar nisso? É engraçado imaginar que, antes, quando éramos bebês, ela tinha alguns centímetros de comprimento e, agora, estamos aqui, ~gigantes~. Hahah! Mas calma, estamos falando sobre isso para começar um assunto que é delicado e que sabemos que causa muita insegurança: as estrias.

Quando paramos para refletir que as estrias são uma resposta do nosso corpo ao crescimento, ou seja, algo natural, fica mais simples de entender. Como explica o médico dermatologista Abdo Salomão, elas aparecem depois que a pele estica além da sua capacidade e ocorre uma ruptura das fibras elásticas do tecido, causando um sangramento interno.

O que são e por que aparecem

A pele é composta de três camadas e é na do meio que ficam concentradas as fibras de colágeno e as fibras elásticas, as responsáveis pela elasticidade do órgão. Quando nosso corpo muda, por crescimento ou aumento de peso, por exemplo, estas fibras precisam se esticar muito e, nesse processo, podem acabar se rompendo“, explica o profissional. É o começo da estria.

As cores das estrias podem variar e esse é também um indicativo sobre a idade delas. Quanto mais recentes, mais avermelhadas elas são, pois o sangramento que ocorre acaba de acontecer. Na tentativa de se recuperar, o local se enche de vasos sanguíneos, por isso área também fica um pouco inchada. Com o passar do tempo, elas vão ficando branquinhas, pois as células da pele se acalmam e vão perdendo a pigmentação escura.

Os locais mais frequentes em que as estrias aparecem são seios, bumbum, posterior da coxa, abdômen e região da lombar. É importante entender que as estrias não causam mal algum à saúde e são uma questão puramente estética. Está tudo bem em ter marquinhas pelo corpo, é natural e faz parte da sua história!

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Atualmente, existem alguns tratamentos que amenizam as marquinhas. Se for do seu interesse, vale procurar um dermatologista especialista no assunto para saber qual método funcionará melhor para sua pele. Entre as opções disponíveis existe o eletroderme (que é uma radiofrequência feita com microagulhamento), o laser fracionado ou o plasma associado a um produto chamado de skin saver, que agem multiplicando as fibras elásticas. Para evitar que elas apareçam, o indicado é investir em hidratante corporal com alta concentração de ureia para manter a pele lubrificada e maleável, impedindo rompimento.

Cada estria é uma história e aceitar as marquinhas do corpo é aceitar também que ele é perfeito exatamente como é. E para te ajudar nesse processo, trouxemos o depoimento de três garotas maravilhosas que criam conteúdo sobre empoderamento e autoestima na internet para dividirem sua experiência de autoaceitação.

Layla Brigido

Reprodução/Instagram

“Descobri que tinha câncer ainda no ensino médio e precisei fazer quimioterapia. Eu engordei rápido e as estrias começaram a aparecer pela primeira vez. No início, como eu nunca tinha tido, eu não entendia muito bem o que significava. Porém, quando compreendi que aquilo era uma cobrança da sociedade, me questionei bastante, principalmente porque achava estranho que conseguia encarar as marquinhas com tanta naturalidade. 

Depois de um tempo, novas estrias começaram  a surgir. O que antes era apenas no canto interno da perna, passou a aparecer em outros lugares, como nos braços. Eu entendia que era é um processo, mas foi ficando mais difícil. Nosso corpo não é estático, ele é fluído. Vai aumentar, diminuir, ter marcas… E precisamos normalizar isso! A gente tenta viver nessa ideia de que as coisas são planas, mas não são.

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Hoje, eu sei que tudo que acontece com nosso corpo é absolutamente normal. Cuidar do corpo é diferente de puni-lo. A gente precisa buscar nossa melhor versão, mas isso não significa ser magra e sem estrias. Buscar padrões é se colocar dentro de padrões. Nosso corpo está se esforçando todos os dias para nos manter vivas. Ele não é o problema, ele é a nossa casa.”

Dani Lima

Reprodução/Instagram

“Eu percebi que as estrias que tinha na parte da perna foram subindo e chegaram na lateral da barriga. Me incomodava quando elas apareciam no biquíni, por isso quase não usava. Tentava ao máximo cobri-las. Quando elas começaram a aparecer na parte da frente da barriga, foi muito difícil aceitar e entender, sentia que não iria conseguir mais escondê-las. Na mesma época que passei a me reconhecer como mulher preta e aceitar meus cachos, comecei a viver nessa luta com meu corpo. Demorou para compreender que as estrias faziam parte de mim, que elas compõem o que sou e que não são algo errado ou nojento, nem que iriam me trazer algum mal.

Tenho certeza que o fato de eu ser preta intensificou todos meus processos, principalmente porque tudo ficava mais aparente em mim. Não me culpo por não entender aos 19 anos isso, foi complicado chegar até aqui. Eu lembro de ter um visual único que era tipo meu uniforme, eu fingia que aquele era o estilo que eu gostava. Eu mentia para mim mesmo e para os outros dizendo que eu preferia o inverno, que não gostava de praia. Não tenho memórias de aproveitar o verão com vontade. 

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Penso que se eu não celebrar minha história, no mínimo deveria entender e compreender como parte de mim. Gosto de pontuar que é preciso compreender que o nosso corpo é um processo, não é algo que vem do dia pra noite. Nós, principalmente mulheres pretas, não precisamos esperar que o amor e o carinho venha de outra pessoa, pode vir de nós mesmos. Deve vir!

Gabi Pereira

Reprodução/Instagram

“Quando eu tinha uns 13 anos, meus seios começaram a crescer e as estrias apareceram. Desde criança, eu sempre tive as marquinhas, principalmente por ser alta. Conheci o mar com 15 anos, dizia que não era algo que curtia. Tinha muita insegurança em relação ao meu corpo, minhas estrias e minhas celulites, principalmente. Eu deixava de sair e ter momentos felizes por isso. Eu não aproveitava, tinha medo de não ficar com os garotos. Aos poucos, aprendi que as estrias eram marcas que contavam minha história, como o nascimento da minha filha e toda minha evolução, que são partes lindas da minha vida.

Demora muito para gente conseguir entender que, na verdade, elas não são um problema, mas uma consequência. Eu já passei por vários tratamentos, gastei dinheiro e sofri muito. Nenhuma dor vale a pena, não adiantava eu me castigar por algo que eu não tenho culpa. Se a gente tivesse o mesmo parâmetro de representatividade que temos hoje, acho que seria mais fácil. Não falávamos sobre isso na minha época. 

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Para quem está tentando aceitar suas marquinhas e seu corpo, eu falaria que o mundo é muito mais do que isso. A gente precisa parar de dar valor para coisas tão pequenas, são tantos momentos para viver, bocas pra beijar e a gente vai se prender em detalhes do nosso corpo? Cada marca conta uma fase e uma história da nossa vida, além de aprendizados e experiências. Tudo isso vem para nos fazer crescer, amadurecer e seguir em frente”.

Bora se olhar com mais amor? <3

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