Skin cycling: entenda técnica que propõe descanso nos cuidados com a pele

Dermatologistas explicam se essa teoria funciona para todo mundo e como colocá-la em prática no dia a dia

Por Sofia Duarte Atualizado em 29 out 2024, 18h54 - Publicado em 3 mar 2023, 15h53

Já ouvimos muito falar sobre a importância de determinados ativos na hora de montar a nossa rotina de cuidados com a pele, mas sabia que é preciso atenção para o exagero do uso de produtos diferentes? A técnica skin cycling, que, em tradução livre para o português, significa “ciclo da pele”, foi proposta pela dermatologista americana Whitney Bowe e pressupõe o rodízio de substâncias para deixar o rosto respirar. Como assim? À CAPRICHO, as médicas Dra. Paula Rahal e Dra. Vanessa Perusso explicam melhor essa teoria.

O rodízio de ativos, aconselhado pelo skin cycling, é mesmo necessário?

Usar muitos produtos sem a devida orientação pode, sim, sensibilizar a pele. “Isso gera efeitos como vermelhidão, coceira, ressecamento e pode causar irritação e acne”, afirma a Dra. Paula Rahal.

“Geralmente nossa pele tem várias necessidades e, se formos usar tudo de uma vez, ou fica caro comprar todos os produtos, ou a pele tende a não absorver tudo da maneira adequada, porque são vários compostos juntos”, completa a Dra. Vanessa Perusso.

Existem ativos que não podem ser usados juntos?

As especialistas explicam que a utilização de dois ácidos ao mesmo tempo, como vitamina C e retinol ou ácido glicólico em concentração alta, pode ocasionar uma pele irritada e sensível. “Além disso, o retinol é indicado para uso noturno por ser fotossensível, enquanto a vitamina C para uso diurno”, acrescenta Paula Rahal.

Vanessa Perusso também opina sobre a união de ativos feitos pela própria indústria farmacêutica. “Um exemplo é combinar filtro solar com vitaminas ou com ácido hialurônico, porque, se um é feito para penetrar na pele e o outro para bloquear, acaba ficando confuso. Não é contraindicado, mas não acho interessante.”

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Como montar uma rotina de acordo com o skin cycling?

Essa teoria tem algumas regras, mas as dermatologistas já adiantam que elas não necessariamente funcionam para todo mundo. Whitney Bowe, criadora do skin cycling, acredita que é preciso alternar as noites de uso de diferentes ácidos e, nas outras, focar apenas na hidratação. Enquanto, pela manhã, o ideal seria seguir três passos básicos: limpar, hidratar e proteger.

“Cada pele demanda uma rotina específica que precisa ser definida por um dermatologista. Mas, de forma geral, o skin cycling pode ser um aliado para aqueles que não conseguem ter uma rotina de skincare com muitos passos, como a coreana, que consiste em 10 passos”, declara a Dra. Paula.

No entanto, pode ser que para uma pele acneica ou que possua necessidades bem específicas, por exemplo, o skin cycling não faça tanto sentido. “Se a pessoa está tratando uma mancha por exemplo e aplica um ácido para isso, ela não vai usar só no final de semana”, afirma a Dra. Vanessa Perusso. “Como o ácido agride a pele, a hidratação precisa vir acompanhada para repor a barreira de proteção natural, evitando alergias, rosácea, etc. Mas sempre vamos deixar os ativos mais agressivos para a noite e, durante o dia, uma hidratação ou um sérum mais antioxidante que combate a poluição. Se for uma pele que está tratando mancha, pode alternar, ou seja, uma noite usa um ácido, outra noite usa um clareador com potência mais fraca, e deixa para esfoliar o rosto somente ao final de semana, caso necessário.”

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Quais são as funções desses principais ácidos citados nas etapas do skin cycling?

O ácido glicólico remove o excesso de células da superfície mais externa da pele e, assim, facilita a penetração de outros ativos, ajudando a reduzir os poros e clareando de manchas. Já o ácido salicílico tem potencial anti-inflamatório que ameniza as marcas de espinhas e controle da produção de sebo. Ambos ajudaram a preparar a pele para receber o retinol da próxima etapa.

O retinol, por sua vez, também serve para renovação celular, além de promover a produção de colágeno e elastina, uniformizar o tom da pele, diminuir os poros e suavizar linhas de expressão. “É mais indicado para peles opacas, sem viço e com efeitos do fotoenvelhecimento das peles maduras, mas não há restrição de idade mínima, porque pode ser usado como preventivo. A contraindicação é para gestantes e pessoas sensíveis ao ativo”, aconselha a Dra. Paula Rahal.

“Prefiro não combinar com o retinol om o ácido glicólico, que é mais agressivo. Uma boa alternativa é, em uma etapa usar só o glicólico, em outra etapa só o retinol. Mas usar sempre somente a noite, pois o sol interfere na ação desses compostos na pele”, recomenda a Dra. Vanessa Perusso.

Gif da atriz Indya Moore com toalha rosa na cabeça passando creme no rosto em frente a um espelho
Indya Moore GIPHY/Reprodução
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Nos outros dias, a sugestão é focar na hidratação. Como escolher um hidratante?

É importante frisar que a hidratação deve estar sempre presente, e a escolha do produto ideal deve ser feita observando as necessidades de cada pessoa. Para uma pele oleosa, por exemplo, vale apostar em hidratantes em sérum, oil free, com textura em gel ou efeito mate. Se você estiver tratando manchas, o produto pode ter outros ingredientes que amenizam a sensibilidade, como aloe vera, camomila ou algum óleo vegetal.

Agora que você já entendeu no que consiste a técnica do skin cycling, pode chegar na sua consulta com seu dermatologista preparado e pronto para receber recomendações específicas – porque cada pele é uma pele! 😉

Quem deu as informações: dermatologistas Dra. Paula Rahal, dermatologista da Clínica Dr. Otávio Macedo & Associados, e Dra. Vanessa Perusso

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