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Theo, de Sabrina, fala sobre ser não-binário e sua relação com a maquiagem

Lachlan Watson, que interpreta um dos melhores amigos da bruxinha no seriado, contou mais sobre seu processo de autodescoberta

Por Da Redação Atualizado em 22 jul 2020, 21h29 - Publicado em 22 jul 2020, 18h28

Lachlan Watson, de 19 anos, faz parte do elenco do seriado O Mundo Sombrio de Sabrina, no qual dá vida a Theo (antes Susie), um garoto transgênero que vai descobrindo mais sobre seu gênero ao longo da história. Na vida real, Lachlan também passou por um período de autodescoberta e se identifica como uma pessoa não-binária.

Entre a infância e a adolescência, se percebeu primeiro como uma mulher lésbica e depois como um homem trans, até se sentir confortável como uma pessoa não-binária atualmente. Em entrevista à revista Vogue britânica, falou mais sobre o seu processo de autoconhecimento e até como a maquiagem, que usava desde a juventude, impactou em suas diferentes fases.

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Para mim, a maquiagem era sobre liberdade. Eu comecei a brincar com maquiagem quando eu tinha entre 11 e 12 anos. Eu fazia a maquiagem das outras pessoas e sempre me fascinei por poder complementar os traços delas. Era um jeito divertido com que eu me conectava aos outros”, disse.

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“Naquela época, o gênero [em torno da maquiagem] nem passava pela minha cabeça. Levou muito tempo para que eu percebesse que essas coisas me afetavam e que iriam me aprisionar. Usar maquiagem era muito prazeroso para mim. Isso nunca esteve associado à ideia de: ‘Estou fazendo isso para parecer mais feminina’ ou ‘Estou fazendo isso para parecer outra pessoa’. Para mim, era apenas sobre me sentir bem comigo mesmo, praticar algo e brincar com as cores”, continuou.

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Quando se assumiu como um homem trans, Lachlan ainda continuou usando maquiagem. “Era um mecanismo meu para lidar com tudo de várias formas. Mas, olhando para trás agora, sinto como se eu estivesse colocando uma máscara”, falou, completando: “Eu percebi que eu estava me colocando em uma jaula naquela época, pois eu tinha esse look específico e eu não podia sair dele.”

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black clouds are constant but freedom is rare – i am no longer content with growing let me stay a weed forever – but as a weed am i truly free? is existing lonely ever enough? – am i rooted to my personal ground forever? – or will my sapling self find me rooted in the backyard and carry me home to water? – a birthday poem about growing by me. happy 18 years, kid. i’m proud of you. – 🎞= @_portraitmami_

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“Eu não me permiti usar pink por dois anos, e eu usava os menores tamanhos de sapatos masculinos que eu conseguia encontrar, o que significava que ainda eram muito grandes. Todas essas coisas bobas. Comecei a fazer maquiagem drag em vez de apenas usar a maquiagem, porque eu pensava que essa era a forma que homens usavam maquiagem. Toda a vez que eu me maquiava, tinha um personagem em mente. Eu não estava me permitindo ser eu. Levei muito tempo para superar esses pensamentos”, disse.

Respondendo à pergunta se maquiagem deveria estar separada dos conceitos de beleza e gênero, Lachlan opinou: “No fim das contas, é apenas pintura sobre uma tela. A ideia de que apenas mulheres devem ter isso como ideal de beleza é boba. Se você é uma mulher em qualquer forma, e você anda para fora de casa sem maquiagem, eu sempre pensei que é estranho que isso ainda seja considerado uma revolução. O gênero feminino está preso à ideia de ter que ser bonito. Não só pessoas femininas não precisam ser lindas, como pessoas masculinas sempre foram lindas e são mais do que bem-vindas para continuar sendo.”

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