Passa ano, entra ano, sempre surge alguém querendo defender a “grande” teoria de que jogos deixam as pessoas violentas, que não fazem bem para a saúde mental e contribuem para a solidão e depressão dos gamers. Besteira! Se fosse assim, eu, repórter da CAPRICHO, não estaria trabalhando no emprego dos sonhos, repleta de amigos e com uma relação familiar cheia de amor. É verdade que crush ~não está tendo~, mas aí são outros quinhentos…
Jogo video game desde me conheço por gente. Cresci lutando Street Fighter com meus primos, roubando carros no GTA, matando pessoas no The Sims e enfiando espadas nas barriguinhas dos rivais de The Elder Scrolls. Na vida real, obviamente e por razões bastante claras, não faço nada disso. Mas aprendi muito com os games – inclusive com esses que, teoricamente, deveriam ter me deixado mais violenta que Trevor Philips.
1. Com os games, aprendi a lição mais básica que eles podem nos ensinar: que podemos superar os obstáculos e sair vitoriosas deles.
A vida é feita de fases e, pois mais difícil que elas seja, você pode zerá-las com muita força de vontade.
2. Também aprendi a dirigir. Ei, falo sério! Minhas noções de espaço, coordenação motora e direção na prova da autoescola não teriam sido as mesmas se eu não tivesse jogado GTA (e respeitado a sinalização do jogo) durante anos!
De vez em quando a gente burla as leis de trânsito no game, mas ninguém é de ferro.
3. Desistir na primeira fase assustadora? Que nada! É importante enfrentar os medos e não deixá-los nos dominar.
Não adianta ter uma crise aguda de raiva e parar nela. Tem que respirar fundo, contar até dez e superá-la.
4. E se a vida te der espinhos… Bem, você pode aprender a usá-los a seu favor!
Mesmo que somente após muitos e muitos anos vivendo em um ciclo sem fim de dilemas.
5. Os games também me ensinaram que eu posso realizar aquele desejo de viver em outra época. Mesmo que só por algumas horinhas…
Algumas vezes, as melhores horas do dia!
6. Os amigos virtuais podem ser tão reais quanto aqueles que vejo todos os dias na escola.
Fato tão indiscutível quanto ter uma noite mal dormida após jogar Silent Hill – e tomar vários sustos.
7. Eu também aprendi que não existe essa coisa de “brinquedos de menina”.
Mesmo que meus pais tenham muitas vezes achado que eu deveria trocar o console pela Casa da Barbie. Nada a ver!
8. A gente se basta. É por isso que existem os modos individuais! 😉
E, meu amor, você é linda até nas fotos que os jogos de dança insistem em tirar da gente nos momentos mais loucos da coreografia!
9. Para subir na vida e ganhar uma graninha extra é preciso se esforçar. Nada vai cair do céu e acertar exatamente a sua cabeça.
Seria bom, mas dá um level up nessa vida!
10. Tudo bem ser a única do grupo de amigas que curte games – e ter uma porção de amigos meninos.
Isso não interfere em nada em quem você é. Até porque se todo mundo se matar de uma forma bizarra no jogo e pedir para você fazer a mesma coisa, você vai respondeu: “Queridinha, posso não estar em Hogwarts, mas também não sou trouxa!”.
11. Abraçar sua loucura é tudo!
Eu aprendi a abraçar a minha e os games tiveram um papel muito importante na formação da minha personalidade – e na elevação da minha autoestima.
12. Todo mundo passa perrengues com suas necessidades fisiológicas.
Todos temos dias em que o sinalizador de humor está no vermelho.
13. Você pode descontar toda a sua raiva nos games e ser a pessoa mais zen deste mundo na vida real.
Funciona!
14. Se você quiser ser uma elfa, você pode ser. Mas se você quiser ser um psicopata loucão, você pode ser também. A escolha é sua.
Você tem total noção de que muitas atitudes que toma nos jogos são duvidosas e que não vai repeti-las na vida real. O que vale é, na vida, você ser a melhor versão de si mesma!
15. Dá para amar os games mas encontrar muitas falhas neles e problematizá-las até dizer chega. Uma coisa não anula a outra.
Precisamos evoluir muito ainda!
16. E dá também para tornar o mundo um lugar melhor e ensinar todos os coleguinhas gamers que você não deve ser tratada de forma diferente só porque é menina e joga video game. Isso inclui parar com o assédio e com as famosas e irritantes partidas café-com-leite.
A gente não joga video game por status. A gente joga porque gosta pra caramba!
17. Ah! Por último, mas não menos importante, aprendi com os games que eu posso ser quem sou, que não preciso brincar de Polly só porque todas as minhas amigas brincam e que nunca serei velha o bastante para aposentar o controle.
Obrigada por esse mundo de possibilidades e arte! <3
E você, o que mais aprendeu com o games?