60% da vida selvagem do planeta foi destruída nos últimos 45 anos

Levantamento do Living Planet Report mostra ainda que 20% da Amazônia desapareceu nos últimos 50 anos.

Por Isabella Otto Atualizado em 26 fev 2019, 13h00 - Publicado em 26 fev 2019, 13h00

Todo ano, a World Wildlife Fund realiza o levantamento “Living Planet Report”, em que mostra os impactos ambientais sofridos e o quanto eles têm acelerado nos últimos tempos. É praticamente uma raio-x da vida selvagem e da natureza na Terra. E, de acordo com o relatório mais recente, as notícias não são muito positivas – como era de se esperar.

Moradores de uma vila na Índia velam elefante morto após ataque de caçadores. Anuwar Hazarika/Barcroft Images/Getty Images

Em 40 anos, o planeta perdeu 60% de sua vida selvagem. Mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes têm sido vítimas cada vez mais frequentes de outro animal que visivamente não se preocupa com sua casa: o humano.

O levantamento realizado pelo WWF também mostra que, em 50 ano, 20% da Amazônia desapareceu do mapa. Muito disso se deve ao desmatamento desenfreado motivado pelos pecuaristas, para a criação de pastos. É uma consequência da indústria de carne, que precisa cada dia mais produzir alimentos para satisfazer as pessoas, que consumem carnes (vermelha e/ou branca) de maneira exagerado. Apesar de movimentos como o vegetarismo e veganismo estarem mais em pauta que nunca, os brasileiros ainda comem muita carne. Não somos nós falando, são as estatísticas.

O levantamento ainda mostra que, nos últimos 30 anos, a Terra perdeu 50% de seus recifes de corais e 75% dos animais que correm risco de extinção estão ameaçados por causa da agricultura e da exploração em excesso. Ou seja, a caça ilegal, usada para satisfazer pequenos caprichos do homem (produção de sapatos, cintos, bolsas, casacos), não para o próprio sustento (caça sustentável praticamente por povos indígenas e pescadores de pequenas vilas, por exemplo).

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No filme ‘As Aventuras de Paddington’, a personagem de Nicole Kidman é uma taxidermista que trabalha no Museu de História Nacional de Londres e mata animais por puro prazer. Reprodução/Reprodução

Rinocerontes e elefantes são mortos para que humanos usem seus chifres e dentes, respectivamente, para artesanato, por exemplo. Tubarões são mortos para que humanos possam consumir uma iguaria exótica: uma sopa feita de barbatana, que não apresenta grande valor nutricional, apenas a experiência de comer algo diferente. Onças são mortas para que humanos usem casacos de pele, assim como serpentes são mortas para que humanos usem sapatos luxuosos. Couro, chaveiros confeccionados com animais vivos… “Precisamos trabalhar com os governos na criação de políticas capazes de reverter as tendências que estamos vendo”, garantiu o pesquisador Ben Collen, da Universidade College London, em entrevista à VEJA.

A Terra está chegando ao seu limite. 

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