As eleições podem estar sendo bastante traumáticas para muita gente – e aí, já perdeu muitos amigos e familiares? (risos nervosos) Mas é preciso comemorar uma notícia: em 2019, teremos um número recorde de mulheres atuando na Câmara dos Deputados!
Em comparação a 2014, o aumento foi de 50%. No último domingo, 7, foram eleitas 77 deputadas federais. Além disso, o perfil delas chama a atenção. Essa foi a primeira vez que uma mulher transexual foi eleita. Erica Malunguinho, deputada estadual em São Paulo, levanta três principais bandeiras: o combate à homofobia, ao racismo e um maior investimento na educação.
Após mais de 190 anos de existência da Câmara Federal, essa é também a primeira vez que uma mulher indígena chega ao poder. Joenia Wapichana foi eleita deputada em Roraima. Em 2008, a advogada fez um forte discurso no Supremo Tribunal Federal. “Nós somos acusados de ladrão dentro de nossa própria terra. Somos caluniados, discriminados e tem que se colocar um fim nisso. Cabe ao STF aplicar o que já falamos há muito tempo”, disse.
E não para por aí! Olívia Santana foi eleita a primeira mulher negra para legislar na Assembleia da Bahia. “Em um estado como a Bahia deveria ter várias mulheres negras eleitas. Somos a maioria. A Bahia tem mais de sete milhões de mulheres, e na eleição de 2014 só sete mulheres foram eleitas em um universo de 63 deputados”, opinou a educadora.
No Rio de Janeiro, algo também chamou a atenção: quatro mulheres negras, amigas de Marielle Franco e seguidoras de seus passos foram eleitas. Talíria Petrone, Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro vão ocupar cadeiras na Assembléia.
Vale lembrar que, na Assembleia Legislativa, atuam deputados e vereados. Apesar de o número de deputadas mulheres ter crescido consideravelmente, o de vereadoras continua estagnado. No Senado, a taxa também não muda. Em 2019, continuam sendo 13 mulheres para 81 homens – sendo 12 negros, 3 amarelos e 53 brancos. Com relação às mulheres, 11 são brancas e duas são negras.
