Atriz trans é impedida de receber prêmio e culpa leis chilenas

'O tempo está passando e nós continuamos esperando', lamentou Daniela Vega.

Por Isabella Otto Atualizado em 25 jun 2018, 19h44 - Publicado em 9 mar 2018, 13h44

No último domingo, 4, Daniela Veiga se tornou a primeira atriz transexual a apresentar um Oscar. A data foi comemorada pela chilena, estrela do filme Uma Mulher Fantástica, que, na mesma noite, ganhou o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro. Alguns dias depois, porém, uma notícia transformou a semana da artista: Daniela foi impedida de receber uma homenagem no Chile por ser uma mulher trans.

Reprodução/Reprodução

Dani receberia o título de cidadã ilustre de Ñuñoa, um distrito de Santiago, mas a ação não foi autorizada pelo prefeito local. “A quem entregaríamos o prêmio? Se temos a identidade de um homem, não podemos entregá-lo a uma mulher“, justificou o político.

No país da América do Sul ainda é bastante difícil que pessoas transexuais e transgêneros consigam alterar oficialmente e legalmente seus nomes de batismo. Ou seja, os dados nos documentos de Daniela não condizem com sua identidade de gênero e nome social. “Minha identidade possui um nome que não é meu porque o país onde nasci não me dá outra possibilidade. O tempo está passando e nós continuamos esperando“, questionou a atriz após conversar com Michelle Bachelet, Presidente do Chile.

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Dani deixou claro que o conservadorismo e o atraso chileno foram os culpados por ela ser impedida de receber a homenagem. No Chile, em 2016, foi aprovada a Lei de Identidade de Gênero, que permite que pessoas trans retifiquem seus dados por meio de ~um procedimento simples~ no Registro Civil. Na prática, não é isso o que acontece. Daniela Veiga é um exemplo entre tantos de como o processo pode ser desgastante e injusto.

Recentemente, o Brasil aprovou que pessoas transexuais e transgêneros conseguissem alterar o nome biológico e o gênero dos documentos indo apenas ao cartório.

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