Na última sexta-feira, 16, funcionários do museu D’Bone Collector trabalharam no resgate do corpo de uma baleia da espécie bicuda-de-cuvier, encontrada em uma praia das Filipinas, arquipélago localizado perto da Tailândia, considerado um lugar naturalmente paradisíaco.
Análises foram feitas para identificar a causa da morte do animal marinho e 40kg de plástico foram encontrados no estômago do pobre coitado. Entre as “iguarias”, 16 sacos de arroz e muitas sacolinhas de supermercado. Os especialistas que atuaram no caso disseram que essa foi a “maior quantidade de plástico que já vimos dentro de uma baleia”. Darrell Blatchley, presidente do museu, ainda complementou a fala dos funcionários: “era tanto plástico que estava começando a calcificar”.
Você pode se espantar com o fato de a história ter acontecido nas Filipinas, o destino de viagem de tantas pessoas que querem entrar em contato com a natureza e se banhar em águas cristalinas. Essa região da Ásia, incluindo Tailândia e Malásia, contudo, é uma das que mais descarta lixo nos oceanos (1) por falta de políticas de reciclagem e descarte regular de lixo e (2) porque esse cenário todo só se torna ainda mais complicado devido ao fato de esses países serem alguns dos principais destinos de descarte de lixo dos Estados Unidos, que mandam navios repletos de detritos para ilhas asiáticas que se transformam em verdadeiros lixões à céu aberto. Esse acúmulo de lixo, na maioria das vezes, acaba indo parar nos oceanos – sem minimizar a culpa, é claro, dos moradores e turistas que descartam plástico e outros itens de maneira irregular e totalmente imunda, para não dizer outra coisa.
Em 2012, estudos para entender os impactos do plástico no meio ambiente são realizados com mais frequência e desde então biólogos têm encontrado significativas quantidades de plástico no estômago de aves marinhas. Em 2016, mais de 400 pedacinhos de plástico foram achados dentro do estômago de um pássaro. Para muitos especialistas, isso representa o reflexo de como a situação dos oceanos está preocupante. Estima-se que, se continuarmos nesse ritmo, até 2050, teremos mais lixo nos mares que peixes vivos para contar a história.
E você, está preparada para viver sem praia?