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Blog da Galera: influenciadores para seguir e conhecer mais a Amazônia

Zahyra, da Galera CH, destaca vozes locais amazonenses que apresentam na internet um universo único e cheio de cultura e diversidade

Por Blog da Galera Atualizado em 29 out 2024, 18h01 - Publicado em 21 dez 2023, 10h00
topo Zahyra Garrido
Barbara Marcantonio/CAPRICHO

Você quer conhecer um pouco sobre a importância da luta pra preservar a Amazônia, a história daqui, a gastronomia amazonense e os festivais folclóricos? Na internet, vozes locais ganham destaque e te ajudam a adentrar nesse universo único, cheio de cultura e diversidade.

Eu sou a Zahyra, da Galera CAPRICHO, e vim te apresentar blogueiros regionais da Amazônia, que é onde eu moro, para você acompanhar. Bati um papo super bacana com eles. Vamos lá?  

Erick Frota 

Erick Frota tem 34 anos, é manauara, formado em publicidade e propaganda, e atua como social media, filmaker e criador de conteúdo. Ele começou a produzir vídeos apenas como um hobby, abordando algumas curiosidades de Manaus, pois ele sempre gostou de se comunicar, principalmente nas mídias sociais. Ele já morou fora do Amazonas por quatro anos, mas conta que sentiu muita falta da cultura daqui.

O Erick apresenta os municípios do Amazonas, sua história, formação, geografia, costumes do povo, atrações turísticas e os seus eventos culturais. Destaca as festas folclóricas que traduzem a identidade do povo, por meio das danças, dos ritmos, lendas e simbologias. “Coleto informações no site do IBGE, portais de notícias locais e páginas das prefeituras municipais, em seguida, após criar vínculo com seguidores dos municípios, eles passam a ser minha principal fonte, pois há uma escassez de informações no digital. E por fim, quando viajo e visito uma cidade, tenho a oportunidade de descobrir in loco mais da cultura e dos seus costumes”, contou. 

“É preciso sair um pouco da a capital manauara e a alguns municípios da região metropolitana de Manaus e explorar o que ainda não foi explorada, dar voz aos municípios mais isolados, dar holofotes aos festivais que ainda são pouco conhecidos, pois há uma imensa diversidade cultural a ser conhecida e promovida”, completa.

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Vito Israel

Vito é manauara também e tem 34 anos. “Gosto de trazer para as minhas redes o meu olhar e minha vivência como amazônida. Eu digo na minha bio que vou fazer as pessoas se apaixonarem pela Amazônia, o que não é difícil”, diz com bom humor. “Mas gosto de falar do turismo, gastronomia, sustentabilidade, mudanças climáticas”, completa.

Ele conta que quando decidiu começar a produzir conteúdo na internet ainda não existia “blogs” falando da nossa gastronomia amazônica, então, ele criou o blog “É de comer”. Com o passar do tempo, ele decidiu usar seu próprio nome para poder trazer outras pautas.

“Adoro viver aqui e curtir as experiências por aqui mesmo. Então sempre estou procurando me envolver com o que está rolando ou procurar o que fazer. As pessoas são meu campo de pesquisa”, conta sobre sua produção de conteúdo.  

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Perguntei para o Vito quais eram os aspectos mais gratificantes de falar sobre a nossa região e quais são os maiores desafios que ele enfrenta. “É maravilhoso falar da floresta e dos rios e saber que o que eles me fornecem já é fonte de sobrevivência, então eu devolvo o que eles me dão”, responde. Já os maiores desafios, segundo ele, é furar as bolhas dos algoritmos das redes. “Eles, infelizmente, tentam nos apagar”, diz.  

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Odenilze

“Odê” tem 26 anos e nasceu em Manaus. Para ela, não dá para falar de preservação do meio ambiente sem falar das pessoas. “A questão econômica é o principal desafio da Amazônia. Para manter a floresta em pé, é necessário que as pessoas que estão vivendo nela tenham o mínimo de dignidade, assim elas terão a opção de não desmatar ou explorar o ouro”, defende. 

Sua produção de conteúdo é, justamente, dar possibilidade a essas pessoas. O maior desafio é o tempo para fazer isso. Ela conta que gostaria de produzir muito mais, mas precisa “pagar as contas”, com seu trabalho em logística e facilitação. Por isso, os seus conteúdos precisam ser assertivos. As pessoas não querem ver o melhor vídeo, elas querem ver verdade”, observa e destaca que a “galera que está na comunidade tem uma vivência única” e isso deve ser valorizado.

Para quem quer aprender mais sobre a Amazônia, ela indica que primeiro comece a acompanhar pessoas que sejam da Amazônia: blogueiros, influenciadores, atores, cantores, produtores de conteúdo, jornalistas e cientistas locais. “Procure pessoas que são da Amazônia mesmo, não só os que são de outro lugar e vivem aqui – é diferente”, enfatiza. 

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Pavulagem (Maikson Serrão)

Maikson Serão, mais conhecido como “Pavu” ou “Pavulagem”, por conta do seu principal trabalho que é o Podcast “Pavulagem”. Ele é de uma comunidade que se chama Boim, que fica na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. Ele é indígena do povo Tupinambá e a família dele mora em Boim.

No Spotify, ele conta histórias dos seres encantados da floresta Amazônica a partir de vozes ribeirinhas e indígenas. Ele decidiu criar o programa porque, desde criança, sempre ouvia histórias que fizeram e fazem parte da vida de ribeirinhos, indígenas e povos tradicionais da Amazônia. Foi, então, que percebeu que os contadores estavam partindo e essas histórias estavam morrendo junto, porque se não tiver essa transmissão de saberes, acaba se perdendo, já que a oralidade, ao mesmo tempo que é forte, é frágil. E por isso ele decidiu fazer esse registro, amplificando essas vozes e trazendo essas narrativas para um público maior.

Pavu aproveitou todo o engajamento que o podcast trouxe para abordar questões climáticas e a defesa dos direitos indígenas. “Não adianta eu falar sobre universo encantado, enquanto eu vejo meus parentes morrendo. Eu tenho que conectar as duas coisas e escolher um lado. E eu escolho a vida, o futuro do planeta e a Amazônia viva”, diz. “Com isso, acabamos acaba perdendo seguidores e engajamento, porque tem muita gente na nossa região que acha que os povos indígenas não devem existir, que acha que o garimpo ilegal está tudo bem”, completa.

Ele conta que é muito caro fazer esse tipo de trabalho na Amazônia, porque os lugares são muito longe uns dos outros, tem toda uma logística de barco, vários dias de viagem.”Temos muitas despesas, mas é muito gostoso entrar nas casas das pessoas para escutá-las e conhecer muitas histórias lindas. São essas pessoas que mais fazem com que a Amazônia seja preservada. São as pessoas que devem ser olhadas, e ter políticas públicas para garantir que elas possam ficar onde elas estão para continuar preservando esse nosso patrimônio”, finaliza.

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Bora seguir e aprender mais sobre a Amazônia?

 

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