Brasil vence primeira edição com times femininos do Neymar Jr’s Five

Que estreia! Torneio teve pela primeira vez categoria feminina e as brasileiras arrasaram: 'as pessoas precisam saber o que é o futebol feminino'

Por Amanda Oliveira Atualizado em 16 Maio 2019, 17h30 - Publicado em 23 jul 2018, 17h21

Neste final de semana, 20 e 21, aconteceu a etapa final do torneio mundial Neymar Jr’s Five. O evento foi realizado no Instituto Projeto Neymar, na Praia Grande, litoral paulista, e teve a presença do jogador brasileiro Neymar Jr. Foram dois dias de competição entre atletas de 59 países diferentes, sendo 75 times divididos em duas categorias: mista e feminina. Mas, embora tenha sido a terceira edição do torneio, foi a primeira vez em que o campeonato abriu espaço para as mulheres também entrarem na disputa. A CAPRICHO esteve presente durante todo o evento para acompanhar a estreia das meninas e conversar sobre a importância da inclusão da categoria para o futebol feminino.

As meninas do “Resenha 013” ficaram com o primeiro lugar da categoria feminina. Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool/Divulgação

Apesar de ser chamada de mista e permitir a inscrição de mulheres e homens, todos os times mistos que chegaram à final só inscreveram homens. Os brasileiros do “Ginga Street” foram eliminados antes de se classificarem para a semi-final, enquanto as brasileiras do “Resenha 013” avançaram em todas as etapas e alcançaram o primeiro lugar no pódio. A equipe feminina era formada por Andreza Guedes, Nastassja Febras, Fernanda Peinado, Marynara Castanheira, Edely Fontes e Taliani Amparo. Coincidência ou não, todas elas são da mesma cidade que o craque Neymar: Santos.

De acordo com Marynara Castanheira, tudo começou quando ela viu que o campeonato teria a categoria feminina pela primeira vez. “Faltando duas semanas, falei com as meninas: ‘vamos participar pra gente brincar, se divertir um pouco’. E fomos disputar as etapas. Começamos com a de Santos e ganhamos. Fomos disputar a brasileira com o intuito de novamente se divertir e aí fomos campeãs“, conta. Segundo ela, foi uma surpresa para todas quando foram classificadas para a etapa final do mundial.

Fernanda Peinado afirma que é muito significativo representar o país na primeira edição em que o campeonato abre espaço para as mulheres. “É muito importante pra gente, porque o futebol feminino não é bem visto aqui no Brasil e a gente está podendo representar essa bandeira tanto aqui quanto na imagem lá de fora”, diz. Segundo uma das representantes da Inglaterra, Harriet Pavlou, ex-atleta da seleção inglesa e do Arsenal, a inclusão da categoria feminina no torneio também é importante para quem vem de fora do Brasil. “As mulheres precisam ter voz. Muitos homens acham que nós não somos boas, mas precisamos vir aqui mostrar que podemos jogar futebol também“, comenta.

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Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool/Divulgação

Os times campeões das duas categorias, Brasil na feminina e México na mista, tiveram o prazer de disputar uma partida contra equipes formadas por Neymar e os amigos dele. Para enfrentar as meninas do “Resenha 013”, o craque convocou Raquel Benetti, profissional no freestyle, Alline Calandrini, do Corinthians, Andressa Alves, do Barcelona, e Erika Cristiano, do Paris Saint Germain. 

De acordo com Erika Cristiano, dar espaço e mostrar o futebol feminino é o primeiro passo para mudar a realidade da modalidade. “Começa tudo pela divulgação. Se você tem o produto e não divulga, ninguém vai saber que você tem aquilo. Então, precisa ser mostrado“, diz. Segundo ela, muita gente ainda não sabe que o futebol feminino existe. Inclusive, a jogadora já foi parada na rua quando estava vestindo uniforme de treino e perguntaram se ela jogava com os homens. “As pessoas julgam muito: ‘ah, futebol feminino é muito lento’. Não! Tem muita qualidade, as pessoas precisam saber o que é o futebol feminino“, afirma.

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Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool/Divulgação

Ao final do torneio, Neymar declarou que estava feliz pela conquista das meninas brasileiras e que espera que seja um exemplo para todas as outras que sonham em jogar. “Que o futebol seja mais aberto, não só para o masculino, como para o feminino também. Que seja mais apoiado, mais visto“, o craque disse à imprensa. O ~Menino da Vila~ também afirmou que o crescimento da visibilidade do futebol feminino profissional é um caminho que ainda precisa ser trabalhado. “Acho que as pioneiras disso tudo sabem o que elas sofreram. Espero que daqui pra frente isso seja cada vez melhor”, concluiu.

Parabéns para vocês, meninas! Assim como as brasileiras campeãs do torneio, todas as outras que participaram merecem o mesmo reconhecimento que os meninos têm. Esta edição do Neymar Jr’s Five foi só a primeira para as mulheres, mas esperamos que o número de inscrições femininas cresça ainda mais nas próximas. O campo é de vocês! <3

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