Carol e Vitória não se calam: ‘cantamos para defender mulheres’

Após a repercussão da resposta ao funk 'Só Surubinha de Leve', a dupla lança o primeiro trabalho independente.

Por Amanda Oliveira 30 mar 2018, 11h22

A dupla Carol e Vitória começou no YouTube fazendo covers de músicas famosas em versões acústicas, mas uma grande parte dos milhões de inscritos veio quando as irmãs decidiram escrever respostas para músicas conhecidas que desrespeitavam as mulheres. Nas letras, elas mostram o lado feminino da história, pedem mais respeito e não se cansam de repetir a frase: “não calo minha voz pra defender uma mulher”.

Divulgação/Reprodução

A resposta mais famosa foi a que elas fizeram para o funk Só Surubinha de Leve, do MC Diguinho, que causou uma grande polêmica por fazer apologia ao estupro. “Abusar da mulher é crime, estupro é violência, tira as mãos de cima dela e coloca na consciência“, diz trecho da versão feita pelas cantoras. Ele foi lançado há pouco mais de dois meses e já tem quase 10 milhões de visualizações!

Para a CAPRICHO, as meninas disseram que tudo começou quando elas perceberam a falta de mulheres no funk. “Pegamos umas letras e falamos: ‘pô, mas o que a mulher pensa disso?’. Vamos responder”, Carol conta. Fizeram a primeira resposta e tomaram gosto pela coisa. Mas, com a resposta para Só Surubinha de Leve, a repercussão não foi totalmente positiva. “A grande maioria falava que a gente estava problematizando uma música, questionava que a canção não tinha a ver com estupro, e a gente respondia: ‘é na música que começa’“, diz Vitória.

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O empoderamento feminino e a revolta sobre a violência contra a mulher estão presentes em todas as respostas das irmãs. “Uma coisa que nós crescemos ouvindo é que nós temos que ser a mudança que queremos ver na futura geração, então cantar para defender mulheres é o nosso ideal“, Carol explica.

Por isso, o objetivo da dupla é influenciar de uma maneira positiva suas seguidoras, oferecendo o espaço delas na internet para dar voz às meninas. “Não vamos abaixar a cabeça quando vermos uma garota passando por qualquer tipo de abuso”, diz Vitória, que também lembra que uma menina já agradeceu a ela e à irmã pelas músicas, dizendo: “eu canto a versão de vocês com as minhas amigas na balada. A gente escuta funk, mas agora a gente canta ‘não calo a voz pra defender uma mulher’.

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Recentemente, a dupla participou da web série “Quando existe voz“, parceria da ONU Mulheres com o Instituto Avon, que fala sobre diferentes formas de violência contra a mulher. “A gente que compôs a trilha sonora e tratar desses assuntos através da música é muito importante. Quando você vai assistir a uma palestra sobre alguma coisa, às vezes você não lembra tanto sobre o que foi falado, mas a música fica na cabeça”, Carol comenta. Os episódios do projeto estão disponíveis no canal delas.

Carol e Vitória se aproximaram ainda mais uma da outra quando começaram a trabalhar juntas. Hoje, as duas são tão próximas que sempre perguntam se elas são amigas, além de irmãs. “A gente responde que é irmã por um acaso do destino, mas amigas por opção. A Vitória é minha melhor amiga e é um prazer trabalhar com ela”, Carol diz.

A carreira das duas irmãs acaba de dar um grande passo em uma nova fase: o lançamento do primeiro trabalho independente. A música autoral Mais Que Um Verão entrou em sétimo lugar nas 50 mais tocadas no Brasil do Spotify e já ganhou clipe. Confira:

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Ter o próprio trabalho independente sempre foi um desejo delas. “Tem música que eu escrevi com 13 anos e só foi sair da gaveta agora”, Vitória conta. Daqui pra frente, o plano é continuar compondo e talvez gravar um DVD. “Showzinho com a galera, estar perto do público e ver todo mundo cantando é um sonho de criança que a gente tem”, confessa Carol. Ah! Agora o foco ficará mais nas músicas autorais, mas os covers continuarão no canal do YouTube.

Só um recadinho de leve: fica até fácil ser fã desse jeito, né? <3

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