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Cientistas criam algoritmo que detecta padrões comportamentais em sonhos

Para treinar o algorítimo, ele foi usado na análise de 24 mil relatórios sobre os mais variados tipos de sonhos; entenda!

Por Gabriela Junqueira Atualizado em 2 set 2020, 11h08 - Publicado em 2 set 2020, 11h07
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  • Os sonhos, além de muitas vezes serem misteriosos e despertarem curiosidade, são tema de estudos científicos e de investigações para os psicólogos. Fazer a análise e a decodificação do que se passa na cabeça dos sonhadores é uma tarefa que demanda um bom tempo, especialmente quando feita manualmente. Pensando nisso, cientistas da Universidade Roma Tre, na Itália, em parceria com a Nokia Bell Labs, criaram um algoritmo capaz de identificar padrões existentes em sonhos.

    mikroman6/Getty Images

    No artigo, publicado no Royal Society, os cientistas explicam que, para treinar o algoritmo, ele foi usado na análise de mais de 24 mil relatórios de sonhos de um banco de dados, testando a hipótese da continuidade em uma escala de estudo sem precedentes! Essa hipótese diz que os sonhos seriam uma continuação do cotidiano e que da mesma forma que a vida real impacta os sonhos, o contrário acontece.

    Para analisar o conteúdo, os pesquisadores adotaram a escala de Hall & Van de Castle, que considera que, dentro de um sonho, existe um elenco de personagens, um cenário, um enredo e processos que representam estados emocionais.Existem mais de 150 escalas de classificação de sonhos e de análise de conteúdo, e mais validada e amplamente utilizada continua sendo a de Hall & Van de Castle”, afirmam. 

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    Diferente dos trabalhos anteriores, os cientistas criaram uma ferramenta capaz de analisar não apenas as emoções, mas os outros fatores de análise dessa escala. Em 76% dos casos, as respostas obtidas pela tecnologia são compatíveis com as realizadas manualmente. Em apoio à hipótese da continuidade, podemos observar que cerca de 80% dos sonhos são vivenciados na perspectiva da primeira pessoa [da perspectiva do sonhador] e tendem a envolver cenários comuns”, revelaram os cientistas. 

    Para realizar as análises, fatores como idade, sexo e condição psíquica também foram considerados. Outro ponto que fez o algoritmo se destacar é a possibilidade de, por identificar padrões de sonhos fora do comum, um dia ele ser usado para ajudar profissionais a obterem diagnósticos. “No futuro, exploraremos quais comunidades de pesquisa e profissionais podem se beneficiar com nossa ferramenta de pontuação de sonhos”, dizem os cientistas, que acrescentam ainda que esperam transformar a ferramenta em um aplicativo. Descobrimos que a maioria dos relatos de sonhos era de fato uma continuação do que nossos sonhadores provavelmente vivenciariam na vida real”, concluíram por fim. 

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