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Como a trend ‘That Girl’ alimenta a positividade tóxica no TikTok

De acordo com os vídeos, para "ser aquela garota", é preciso seguir alguns passos e ter uma rotina muito saudável. Mas será que isso é legal mesmo?

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 15h17 - Publicado em 2 out 2024, 19h17
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omer saudável, se exercitar, cuidar da pele, meditar são algumas das principais práticas para ser that girl, ou melhor, ser aquela garota. Esse conceito virou tendência nas redes sociais e incentiva garotas a serem suas melhores versões. Muitos dos vídeos no TikTok mostram jovens que acordam cedo e têm rotinas saudáveis, com toda uma estética fofa e romântica.

Segundo o WikiHow, a trend that girl é a versão moderna da ‘it girl’, que representa “alguém que cumpre todas suas listas de tarefas de saúde e autocuidado, priorizando a boa forma e uma vida saudável, em vez de assistir Netflix compulsivamente, comendo guloseimas”, por exemplo.

Já falamos aqui na CAPRICHO sobre a onda fitness entre a nossa galera. Jovens estão cada vez mais preocupados com a saúde em relação a gerações anteriores, e têm trocado festas e ida as bares por programas mais leves e até por aulas de ginástica ou ioga.

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Há ainda o Movimento ‘Sober Curios’ que também ganhou muitos seguidores jovens, que buscam uma relação mais saudável com o álcool. É nesse cenário que tendências como essa da That Girl aparecem e tem ganhado aderência da juventude.

E qual é o problema da trend That Girl?

A principio, essa trend pode parecer totalmente positiva para saúde física e mental, né? No entanto, na prática, nem sempre é assim. Ao se deparar com um vídeo apresentando uma vida perfeita, com tudo em ordem, de alguém comendo bem, treinando bem e fazendo tudo certo, é comum que a garota do outro lado da tela se compare e se coloque para baixo por não conseguir ter uma rotina tão produtiva e sadia.

E, na verdade, ninguém tem essa vida perfeita. As redes sociais mostram apenas um recorte da vida real e isso precisa ficar bem claro para não causar ilusões e ideias totalmente idealizadas. Além disso, propagar essa ideia de que para ser sua melhor versão você tem que seguir uma lista de tarefas e consumir determinadas coisas excluí muitos jovens que vivem diferentes realidades.

É preciso considerar que há jovens que precisam trabalhar desde cedo, não tem tempo e nem recurso para ter uma rotina como pregam no TikTok, por exemplo. Por isso, ao generalizar e radicalizar esse estilo de vida nas redes sociais, a galera acaba alimentando uma positividade tóxica, que não faz bem para ninguém.

O autocuidado pode ser praticado de diferentes formas e ele não deve ser visto como uma forma de status ou performance. Lembre-se: só você pode criar sua melhor versão, viu?

 

 

 

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