Como as redes sociais podem ser nocivas em meio a uma guerra

Vídeos com imagens violentas passaram a ser muito compartilhados nas redes sociais. Mas, afinal, qual o nosso papel nisso tudo?

Por NAIARA ALBUQUERQUE Atualizado em 29 out 2024, 18h11 - Publicado em 27 out 2023, 06h00

Basta abrir o feed da sua rede social preferida para receber de tudo quanto é conteúdo. De tudo mesmo: desde vídeos de crianças morrendo no conflito Israel x Hamas, na Faixa de Gaza, até uma série de imagens e de supostas notícias da guerra – e que muitas das vezes nem são da guerra atual que estamos acompanhando, viu?

É, não dá pra negar que as redes sociais se tornaram um terreno muito fértil para a disseminação de desinformação e de disputa de narrativas e polarização política, né?

Por isso, é preciso refletir sobre como as redes sociais se tornaram uma vitrine cheia de narrativas nocivas e violentas. E como essa circulação não tem ajudado em nada a nossa ansiedade no meio disso tudo, né?

Primeiro, a gente precisa entender que nas redes sociais o compartilhamento de vídeos e imagens chocantes têm poder de ser muito replicado. E mais do que isso: grande parte das imagens que circulam nas redes sociais, que não são de veículos de imprensa, podem ser falsas. Ou seja, além de propagar uma imagem que pode deixar o nosso colega ansioso, a gente ainda ajuda a disseminar fake news. Deu pra entender como tudo isso é complexo, né?

José Antonio Lima, professor de relações internacionais e pesquisador de assuntos ligados ao Oriente Médio, explicou para a Agência Brasil que esses conteúdos falsos acabam sendo compartilhado praticamente sem filtro nas redes sociais. “Esse é um fator agravante no cenário atual porque a gente entende que essas emoções fortes acabam por dificultar para as pessoas o processo de identificar o que é ou não real”, disse.

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Além disso, a falta de filtros nos aplicativos, que dão play automaticamente nas produções, acabam deixando o usuário com o sentimento de que não tem escolha.

Procure fontes confiáveis de notícias

Para o jornalista e historiador Raphael Kapa, é importante que as pessoas sempre se questionem sobre os conteúdos que acessa nas redes. Quem é a fonte desta imagem? O que essa imagem pode adicionar à discussão que estamos acompanhando? São alguns dos questionamentos que precisamos fazer nesses momentos.

“Na hora de checar essas informações e, além de dizer se ela é verdadeira ou falsa, avisamos que aquele conteúdo pode ser sensível. Pode gerar dor nas pessoas”, afirmou à Agência Brasil.

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Pessoas cozinham com lenha
Na faixa de Gaza, pessoas cozinham com lenha, em meio à escassez de combustível e gás, para fornecer alimentos aos palestinos deslocados em meio aos ataques israelenses em Khan Yunis Majdi Fathi/NurPhoto/Getty Images

Toda essa discussão sobre compartilhamento nas redes sociais também serve para refletirmos sobre quais veículos acompanhamos para nos informar. (Ler a CAPRICHO é ótimo, inclusive!) Especialistas aconselham que ler mais de um veículo de imprensa, além de agências de checagens de fatos, podem ser uma boa alternativa para se manter bem informado sobre o mundo, além de ter contato com um número maior de narrativas e versões. E isso é superimportante, ok?

“É mais uma guerra que estamos vendo ao vivo e a cores. (…)Os brasileiros conseguiram trazer pro cenário político nacional o conflito do Oriente Médio, é muito impressionante o volume de postagens que foram feitas”, disse ao podcast Café da Manhã, a jornalista e especialista em checagem de fatos, Cristina Tárdaguila.

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Além da disseminação de notícias falsas, especialistas também apontam para um crescimento dos discursos de ódio contra comunidades judaicas e palestinas.

E ó, caso você tenha perdido, nós produzimos um texto que fala justamente sobre como essa avalanche de notícias ruins têm deixado a gente mais ansioso. Você pode ler mais sobre aqui.

Nós também preparamos um post com algumas dicas que você pode seguir para – tentar – se manter menos ansioso nesses tempos:

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