O consumo atual de carne vermelha pelos brasileiros, um povo conhecido por consumir mais gramas semanais do alimento que o indicado pela OMS, é o menor em 25 anos, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento. Com relação a 2019, a queda anual foi de 14%.
Infelizmente, o estopim não foi ecológico. Na realidade, novamente, os mais pobres são o que mais sofrem com esse cenário – sendo os ricos pouco afetados por ele. Isso porque a queda no consumo de carne bovina se deu por causa de uma crise econômica causada pelo cenário pandêmico.
Além da alta no preço do alimento, tornando-o inacessível para muitas famílias, visto que 6 em cada 10 lares brasileiros vivem em situação de insegurança alimentar, houve uma elevação na exportação. Para se ter uma ideia, a China atualmente importa a maior quantidade de carne do Brasil de sua história! Logo, a disponibilidade interna do produto é menor que a externa.
Como já falamos aqui anteriormente, o vegetarianismo é apontado por especialistas como a única saída para evitar um colapso do planeta Terra. Contudo, ele não deveria ser compulsório ou gerado por uma crise sanitária e financeira, que acaba afetando justamente aqueles cuja proteína era um dos pratos principais do prato. Os privilegiados vão continuar comprando suas picanhas para o churrasco do final de semana. Para eles, não é uma questão de sobrevivência.
“A pandemia trouxe desemprego e perda de renda. Isto empobreceu a população e também gerou perda de poder aquisitivo, enfraquecendo o consumo interno da proteína”, explicou Guilherme Malafaia, pesquisador do setor de bovinos da Embrapa, à agência Reuters. Na contramão, o consumo de frangos e suínos têm aumentado, assim como o de ovos, que chegou ao maior número em 20 anos.