No dia 22 de abril, o Diário Oficial da União confirmou que as datas de aplicação do Enem Digital seriam alteradas. Não mais em outubro, as provas seriam aplicadas agora nos dias 22 e 29 de novembro, por causa da pandemia de coronavírus. Entretanto, parece que não foi dada a devida atenção ao fato de que, nesses mesmos dias, no calendário das universidades, acontecem dois dos principais vestibulares do país: o da Unicamp, no dia 22, e o da USP, a 1ª fase da Fuvest, no dia 29.
A assessoria de imprensa do Ministério da Educação foi procurada pelo UOL e disse que “as universidades têm autonomia para definir seus calendários de vestibular e que a responsabilidade sobre o cronograma do Enem é do Inep“. Antes da alteração de datas acontecer, os vestibulares da Unicamp e da USP já haviam disponibilizado seus calendários. O Inep ainda não se pronunciou sobre o caso.
Representantes da Fuvest e da Unicamp já garantiram que as datas de seus respectivos vestibulares não serão adiadas por causa do Enem Digital e que o candidato que quiser prestá-las deverá recorrer ao Enem impresso e convencional, marcado até então para acontecer nos dias 1º e 8 de novembro.
Em meio a todas essas polêmicas, na última quarta-feira, 13, servidores do Inep ainda enviaram uma carta ao MEC, ao Ministério Público Federal e ao Congresso Nacional pedindo a suspensão do calendário de provas do Enem 2020 por causa da pandemia de COVID-19. “A realização de atividades escolares através de meios virtuais negligencia o fato de que a grande parte dos jovens brasileiros não dispõe desta possibilidade e das condições necessárias para acesso e aprendizagem dos conteúdos exigidos nas avaliações definidoras para o prosseguimento dos estudos em nível superior”, diz trecho. Por ora, as inscrições para o Enem 2020 seguem normalmente até o dia 22 de maio.
De acordo com matéria publicada pelo Guia do Estudante, 20 países já cancelaram seus equivalentes ao Enem devido à pandemia. Em seu pronunciamento mais recente sobre o assunto, o presidente Jair Bolsonaro declarou que o exame pode atrasar um pouco, mas que deve continuar sendo aplicado em 2020.