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Diário de Intercâmbio: fui parar no hospital e não foi nada legal

O que fazer quando ficar doente durante o intercâmbio? A Marcela Bonafé conta sua experiência pessoal - que foi bem péssima.

Por Da Redação Atualizado em 8 dez 2017, 11h00 - Publicado em 8 dez 2017, 11h00

Por Marcela Bonafé

É aquela velha história: a gente pensa que nunca vai acontecer com a gente… Mas uma hora acontece! Já viajei até que bastante e nunca passei mal ou me machuquei a ponto de precisar ir para o hospital. Mas para tudo na vida tem uma primeira vez, né? Na semana passada, passei por uma situação bem desagradável em Montréal, no Canadá, e fiquei surpresa com o sistema de saúde por aqui.

A gente sempre tem aquela impressão de que hospitais em “países de primeiro mundo” são incríveis, porém minha experiência não foi nada legal. Antes de continuar, é legal esclarecer que no Québec (como em todo o Canadá), a saúde é pública para quem tem cidadania ou vem morar temporariamente na província. Independentemente disso, você precisa providenciar um seguro saúde antes do intercâmbio. Se eu não tivesse feito o meu, a conta teria sido beeeeem salgada!

Um detalhe: fiquei horas em uma maca no corredor aguardando. Arquivo Pessoal/Reprodução

Enfim, na segunda-feira, 27 de novembro, comecei a sentir uma dor no abdômen. Na terça-feira, ela piorou de uma forma que fiquei preocupada. Acionei o seguro saúde e eles marcaram uma consulta em uma clínica para mim. A médica me examinou, descartou algumas possibilidades e disse que poderia ser apendicite – e então me encaminhou para a emergência de um hospital. Já fiquei meio desesperada, mas tudo bem.

Pinguei de um lugar para outro até conseguir ser atendida por meio do seguro, o que aconteceu no terceiro hospital. Dei entrada às 19h40, fiz a triagem, o cadastro e aí começou a espera. Por volta das 22h, me chamaram para tirar sangue, porque caso o médico pedisse, eu já teria feito isso. Depois de tirar – e ficar com hematoma gigantesco -, voltei a esperar sentindo bastante dor.

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Quando deu 0h20, me pediram para ir até a sala 20. Fiquei esperançosa de finalmente ver o médico, mas não tinha ninguém lá. Esperei, esperei… às 2h30, acordei assustada e percebi que meu namorado e eu tínhamos pegado no sono. Achamos uma enfermeira e resolvemos perguntar se o atendimento ia demorar. Fiquei chocada com a forma como ela tratou a gente: “por quê? Tem algum problema? O médico vem na hora que tiver que vir”, respondeu. Aliás, a maioria dos funcionários foram supergrossos não só com a gente, mas com todos os outros pacientes por lá.

Pelos horários ds mensagens dá para se ter uma ideia da espera… E da preocupação, né? Arquivo Pessoal/Reprodução

Perguntei se poderiam pelo menos me dar um medicamento para dor e disseram que não. Desistimos e voltamos para casa, mesmo preocupados. Na manhã seguinte, resolvi tentar outro hospital. Chegamos lá às 10h. As coisas finalmente começaram a dar certo, mas todo o processo de ver o médico, fazer ultrassom, exame de urina e ressonância magnética levou 11. ONZE HORAS! Se fosse apendicite mesmo, estava ferrada! E se meu namorado não estivesse lá, eu teria ficado sem comer todo esse tempo. Mas caso você esteja se perguntando se foi assim só porque eu sou estrangeira, vale ressaltar que a demora e o tratamento não muito educado foram para todo mundo que estava no hospital.

É claro que cada caso é diferente e, da mesma forma que minha experiência em dois dias e quatro hospitais foi complicada, outras pessoas podem ter tido um ótimo atendimento alguma outra vez. No fim das contas, não era nada grave. Ainda bem! Mas precisei de dois dias e duas noites para descobrir isso. Então, fica a dica: (1) não se esqueça de fazer seguro saúde, (2) traga um dinheirinho extra porque muitos lugares trabalham com reembolso e (3) cuidado com as expectativas “do primeiro mundo”.

De qualquer forma, espero que você nunca precise correr para o hospital em lugar nenhum! (risos)

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Salut!

Ma Bonafé

 

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