Foi apenas em 2015 que a Lei do Feminicídio, que classifica o assassinato de mulheres motivado por questões de gênero como um crime hediondo, passou a valer no Brasil. Embora isso tenha acontecido há tão pouco tempo, a aprovação da lei foi uma grande conquista e acendeu uma faísca de esperança para o fim (ou ao menos uma queda) das mortes de tantas mulheres brasileiras. Contudo, aqui estamos nós, quase quatro anos depois, para falar sobre uma triste taxa: na primeira semana de 2019, o Brasil já registrava cerca de mais de 10 casos de feminicídio.
Um levantamento realizado pelo UOL mostra que a maioria dos casos de feminicídio durante a primeira semana do ano aconteceu na região Sudeste do país, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Foram considerados apenas os casos registrados e reportados pela imprensa – ou seja, o número real pode ser ainda maior do que isso. Um dos casos mais repercutidos foi o de Natasha Rodrigues, uma garota de 14 anos que foi baleada por recusar o pedido de namoro de um homem de 20 anos no final de dezembro. O crime aconteceu em Bebedouro, interior de São Paulo. A menina chegou a ficar internada durante alguns dias, mas morreu no dia 3 de janeiro.
No dia 4, a adolescente Milena Optimara Soares Cardenas, de 13 anos, foi baleada e morta pelo namorado, de 17 anos. No dia 5, Elizangela Pereira de Almeida foi assassinada com 23 facadas, em Itupeva. O suspeito é o ex-companheiro.
Já Tamires Blanco, de 30 anos, foi morta a garrafadas na cabeça desferidas pelo ex-marido, Dilson Araujo, de acordo com a Polícia. O assassinato ocorreu no dia 5 em Piedade, no Rio de Janeiro. A mulher foi encontrada morta em sua casa, com a filha de 11 meses do casal em cima do corpo da mãe. Também no Rio de Janeiro, Simone Oliveira de Assis, de 40 anos, foi assassinada por marretadas dadas pelo marido, José Carlos da Silva Carvalho, no dia 4. Ele confessou ter matado a esposa por ciúmes.
No primeiro dia do ano, a manicure Iolanda Crisóstomo da Conceição de Souza, de 42 anos, foi assassinada com facadas dadas pelo ex-marido, Rodrigo de Souza. No dia 4, ainda no Rio de Janeiro, Marcelle Rodrigues da Silva foi morta também por esfaqueamento na frente do filho de 7 anos. O suspeito é o companheiro dela, Marcio Lima Corrêa.
Estes são apenas alguns dos casos que ganharam destaque na imprensa e foram registrados pela Polícia na primeira semana deste ano. De acordo com o Mapa da Violência de 2015, cerca de 106.093 mulheres morreram entre 1980 e 2013 apenas pela condição de ser mulher. No mundo, o Brasil representa a quinta maior taxa de feminicídio.
Feliz 2019 para quem? 🙁