No domingo, 21, aconteceu o primeiro dia de prova do Enem 2021, com os cadernos de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Ciências Humanas e suas Tecnologias, e redação, cujo tema foi: “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”. Para especialistas, o problema apresentado pela banca foi pertinente e o candidato poderia falar sobre marginalização de povos e problemas envolvendo políticas públicas.
Na parte de múltipla escolha, uma questão em especial chamou a atenção por envolver a análise da música Admirável Gado Novo, de Zé Ramalho, escrita durante a Ditadura Militar, que faz uma crítica à passividade social. Chico Buarque também foi citado na prova, assim como Friedrich Engels, colega de Karl Marx, em uma pergunta sobre luta de classes. O Estadão revelou que a pergunta havia sido vetada pelo governo de Jair Bolsonaro, mas que o veto não foi aprovado pelo Inep.
Bolsonaro censurou Karl Marx na prova do ENEM e o MEC foi lá e meteu uma questão sobre Engels kkkkkkk
— Laura Sabino (@mylaura_m) November 21, 2021
As abordagens acima viraram uma piada pronta, uma vez que o presidente da República disse recentemente, em meio a todas as denúncias de ex-servidores do instituto sobre censura e interferência governamental no exame, que as questões do Enem teriam finalmente “a cara do governo”. Daí cai uma pergunta sobre “vida de gado”?! Pois é… (risos)
Nesta segunda-feira, 22, o presidente falou que o Enem “ainda teve questões de ideologia” e que isso não teria acontecido se ele e Milton Ribeiro, ministro da Educação, pudessem ter interferido diretamente no exame. “Você é obrigado a aproveitar banco de dados de anos anteriores, você é obrigado a aproveitar isso aí. Agora, dá para mudar? Já está mudando. Vocês não viram mais a linguagem de tal tipo de gente, com tal perfil. Não existe isso aí”, falou em coletiva.
Bolsonaro se referiu a uma questão abordada em 2018 sobre o pajubá, dialeto de travestis. Não é novidade para ninguém que o Enem é sobre interpretação de texto (e extremamente cansativo). Logo, não era necessário saber o dialeto, apenas interpretar a questão em que o assunto foi abordado.
Veja como o primeiro dia de exame repercutiu nas redes:
uma salva de palmas para os servidores do INEP que meteram um Ê Ô, Ô, VIDA DE GADO na prova do Enem pra trollar o presida pic.twitter.com/OMTErIvpxj
— detremura (@detremura) November 21, 2021
“eu tenho nome e quem não tem, sem documento eu não sou ninguém” – eu começaria a minha redação assim. #Enem2021
— João Luiz 🏳️🌈💉 (@joaoluizpedrosa) November 21, 2021
Fiz o Enem e tinha tanto texto que na metade da prova mais nada entrava na minha cabeça, eu lia 5x e não entendia nada
— Nina 𓆙 (@SchirleyVinci) November 21, 2021
Débora Aladim macetou aqui, que Enem mais desgraçado pic.twitter.com/7uXAo7Q1Tg
— 9 ¾ v¡тσя¡ค ⚢︎ ( v¡т ) 📖: (@vitgrtt) November 22, 2021
ENEM atualização:
O presidente Jair Messias Bolsonaro já iniciou a correção das redações do 1º dia da prova.#Enem pic.twitter.com/n5LOSITZuk
— Otavio (@otavi0XI) November 22, 2021
ninguém perguntou mas vou dar minha opinião sobre o Enem
– muito texto e extremamente compridos e cansativos
– poucas questões com imagens em humanas
– questões completamente interpretativas
– parecia que todas alternativas tavam certas— guari (@bernardojguari) November 22, 2021