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Entenda a problemática por trás da influenciadora virtual “PPK da Claudia”

A personagem criada pela Gillet Venus para falar sobre depilação íntima dividiu opiniões e levantou o debate sobre infantilização da vulva

Por Juliana Morales Atualizado em 29 out 2024, 18h36 - Publicado em 23 jun 2023, 10h41

A Gillet Venus, marca de produtos de depilação e lâmina, criou uma influenciadora virtual para falar sobre depilação íntima: a “PPK da Claudia”. A personagem, que tem o formato de vulva, tem até um perfil no Instagram, onde compartilha dicas de beleza com os cremes, esfoliantes e lâminas da marca. Com mais de 33 mil seguidores até o momento, a novidade dividiu opiniões nas redes e levanta pontos importantes para se debater, viu? Bora entender!

Enquanto internautas acharam uma boa jogada de marketing e se simpatizaram com a personagem, grande parte dos comentários problematizaram a ação, chamando atenção para o cunho machista por trás da criação. “Isso é infantilizar a genitália feminina no país que registrou um crescimento de 70% de violação sexual contra crianças só no último ano”, escreveu uma seguidora.

“Vi comentários com cunho sexual de homens no feed, um sinal vermelho, certo? Tabu é falar de aceitação, normalizar os nossos pelos”, comentou uma outra mulher, indignada com a marca. Mais abaixo nos comentários, uma seguidora sugeriu: “Se desejam ‘eliminar o tabu sobre cuidados íntimos’, coloquem uma mulher real, falando de situações reais que vivemos”.

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A educadora sexual Mari Williams concorda e reforça sobre o problema em infantilizar a vulva. “É sempre bom a gente lembrar que vulvas de mulheres adultas têm pelos, lábios de cores e tamanhos diferentes”, diz à CAPRICHO. 

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Ela também aponta que a linguagem usada pela personagem também não é instrutiva. “Em um dos vídeos, ela fala sobre ‘estar naqueles dias’, por que não dá nome e diz em bom tom sobre estar menstruada? Isso não deve ficar escondido”, defende.

Por outro lado, a educadora sexual destaca como uma ponto positivo uma marca com grande visibilidade expor uma vulva “bem na cara das pessoas”. “Eu acho bacana porque crescemos sem referência visual da vulva, diferente da imagem de pênis que aparece em vários lugares”, explica. “Acredito que isso foi mais uma jogada de marketing do que algo criado para informar, mas estou disposta a acompanhar e entender os próximos passos”, completa.

Vale lembrar que a depilação íntima, como qualquer outra, é uma escolha de cada mulher, certo? Pelos não significam falta de higiene e todas são livres para mantê-los ou não. 

 

 

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