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Foram encontradas duas páginas ‘perdidas’ do diário escrito por Anne Frank

"Você sabe por que há garotas nas Forças Armadas Alemãs na Holanda? Para servirem de colchões para os soldados", escreveu a adolescente

Por Isabella Otto Atualizado em 19 Maio 2018, 13h11 - Publicado em 19 Maio 2018, 13h00

A instituição Anne Frank House divulgou recentemente uma notícia que animou o dia de muita gente! Duas páginas “perdidas” do diário escrito por Anne Frank foram encontradas. Na verdade, elas já tinham sido localizadas anteriormente, mas estavam guardadas, já que continham um mistério: um papel marrom que cobria o texto.

Reprodução/Reprodução

Para não danificar o frágil material, foi preciso encontrar uma solução para enxergar além da cobertura. Os estudiosos chegaram lá e, através de uma luz sensível, desvendaram os escritos em que Anne desabafa sobre sexo e sexualidade.

“Eu vou usar essa página estragada para escrever ‘piadas sujas'”, escreveu a alemã de origem judaica. Alguns apontamentos causam desconforto, como esse a seguir: “Você sabe por que há garotas nas Forças Armadas Alemãs na Holanda? Para servirem de colchões para os soldados“.

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A adolescente, que começou a escrever o diário aos 13 anos, também falou em uma dessas páginas sobre sua primeira menstruação, que chegou aos 14 anos. “É sinal de que uma menina está pronta para ter relações com um homem. Mas isso não se faz antes do casamento. Depois, sim. Também se pode decidir se se deseja ter filhos ou não. Se a resposta for sim, o homem se deita sobre a mulher e deixa sua semente na vagina dela. Tudo acontece com movimentos ritmados”. O historiador Frank van Vree, diretor do Instituto para o Estudo da Guerra, do Holocausto e do Genocídio, diz que tais passagens mostram como, apesar do meio em que vivia e das circunstâncias, Anne tinha dúvidas e curiosidades sexuais como qualquer outra adolescente.

Fundación Anne Frank/Reprodução

Em certa passagem, Anne diz que “se os homens são normais, vão com as mulheres”, dando a entender que, se eles não são normais, são homossexuais. O diário foi escrito em 1942 e, se ainda hoje a homossexualidade é tratada como uma anormalidade por muita gente, imagina durante a Segunda Grande Guerra! A jovem mostra o reflexo do que era ensinado e passado de pai para filho.

Mais do que um livro ou um relato pessoal, O Diário de Anne Frank é um documento histórico que fala sobe o nazismo, a 2ª Guerra Mundial e agora também sobre os anseios e as dúvidas de uma adolescente.

Quem aí já leu? Se não leu, tem vontade de ler? Conta pra gente!

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