Entenda por que Greta Thunberg se posicionou e não vai à COP27

Ativista ambiental pede "menos conversa e mais ação" e pontua que a COP precisa se atualizar e atender às demandas da juventude

Por Isabella Otto Atualizado em 16 nov 2022, 19h20 - Publicado em 5 nov 2022, 14h51
Foto da ativista Greta Thunberg. Ela é uma menina branca e loira de 19 anos
Greta Thumberg se tornou um dos nomes que incentiva a participação da juventude na luta pela transformação de políticas públicas para o meio-ambiente Tim Whitby/Getty Images

A sueca Greta Thunberg, hoje com 19 anos, decidiu não comparecer à COP27 a conferência climática da ONU (Organizações das Nações Unidas), que começa neste domingo (6), em Sharm el-Sheikh, no Egito.

A decisão, contudo, não significa que a conferência não seja relevante para o cenário mundial, viu? Muito pelo contrário. O evento é um dos mais significativos para pautas a agenda climática – mas que, segundo Greta, precisa ser atualizada já que não tem acompanhado as necessidades urgentes para proteger o planeta e atender às demandas da juventude.

Thunberg é um dos principais nomes do ativismo ambiental. A jovem ficou conhecida mundialmente em 2018, quando, aos 15 anos, liderou um movimento que ficou conhecido como Fridays for Future. Naquele ano, às sextas-feiras, ela e outros estudantes faltaram às aulas para protestarem em escolas e empresas, pressionando pelo combate à crise climática.

No mesmo ano, Greta marcou presença na COP25, realizada na Polônia, e na ocasião fez um discurso pra lá de cético, dizendo que a conferência estava desmoronando. “A ciência é clara, mas a ciência é ignorada(…) Eu esperava que fosse mais ação e menos conversa“, disse a ativista.

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Na edição seguinte do evento organizado pela ONU, a sueca também demonstrou seu descontentamento com relação ao que acontecia no encontro e posicionou-se nas redes sociais. “A COP26 acabou. Aqui vai um breve resumo: blá-blá-blá. Mas o trabalho de verdade continua fora dos salões, e nós nunca vamos desistir.”

Durante uma coletiva de divulgação do seu livro, The Climate Book (O Livro do Clima, em tradução livre), em Londres, no Reino Unido, ela explicou que acredita que “as COPs são usadas principalmente como uma oportunidade para líderes e pessoas no poder chamarem a atenção, usando muitos tipos diferentes de greenwashing”. Este termo em inglês é utilizado para categorizar discursos que são bonitos apenas na teoria, mas não na prática sobre meio-ambiente.

Greta ainda falou que as conferências “não são realmente destinadas a mudar todo o sistema” e que “as COPs não estão realmente funcionando, a menos que as usemos como uma oportunidade de mobilização”. Essa constante e frequente frustração, fez com que ela negasse participação no evento deste ano.

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#CHnaCOP27

Em parceria com a Girl Up Brasil, nós da CAPRICHO vamos acompanhar pela primeira vez a COP (Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), que chega à sua 27ª edição neste ano. Com o tema “Juntos para a implementação”, o evento reunirá líderes mundiais para debater medidas para conter as mudanças climáticas. 

Teremos três correspondentes em ação: Helena Branco, 20 anos, estudante de Relações Internacionais pela UFABC (Universidade Federal do ABC) e supervisora de advocacy da Girl Up Brasil, de 20 anos, Julia Caixeta, de 21, que também estuda Relações Internacionais, mas na UFF (Universidade Federal Fluminense) e Jahzara Oná, de 20, que é tecnóloga em meio ambiente e membro do Girl Up Brasil. Se liga nas nossas redes sociais e aqui no site da CH.

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