Um dos projetos do governo federal para 2020 é a campanha que incentiva jovens a praticarem a abstinência sexual, uma iniciativa que pretende diminuir os casos de gravidez precoce no Brasil. A política pública, destinada a pessoas de 10 a 18 anos, deve começar em fevereiro, de acordo com matéria publicada pelo jornal O Globo.
A estimativa do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos humanos é que a campanha tenha início no dia 3 e, inicialmente, com foco nas redes sociais. Em parceria com o Ministério da Saúde, não é coincidência que ela comece no mês do Carnaval, época do ano bastante relacionada à liberdade sexual – embora pesquisas, como a realizada em 2008 pela Universidade Federal Fluminense, do Rio de Janeiro, mostre que a folia não influência o comportamento sexual das pessoas.
Para Maurício José Silva Cunha, secretário nacional dos Direitos da Criança e Adolescente, o projeto leva em conta estudos científicos, não elementos religiosos. De acordo com ele, a política pública trouxe resultados positivos em países como Estados Unidos e Uganda. É sabido, entretanto, que o pastor Nelson Neto Júnero, criador do movimento “Eu Escolhi Esperar”, que incentiva jovens a fazerem sexo apenas depois do casamento, também está por trás da campanha, o que coloca em cheque essa questão de ela der totalmente pautadas em questões científicas.
Além de ser uma tentativa de diminuir os casos de gravidez precoce, o governo pretende mostrar outras vantagens de postergar o início da vida sexual, como, já citou a ministra Damares Alves, o fato de a menina conseguir preservar sua alma e assim encontrar sua alma gêmea. Seria esse também um preceito baseado em estudos científicos?
Vale ressaltar que o governo federal deixou claro que, apesar do lançamento dessa política púbica, campanhas em prol do uso de preservativo e a própria disponibilização gratuita dele continuarão em vigor.