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Jogos Mortais da internet não são ficção e fazem vítimas reais

A vida não é um simples jogo que você pode reiniciar quando quiser.

Por Isabella Otto Atualizado em 4 jul 2017, 19h45 - Publicado em 4 jul 2017, 17h59

A internet é incrível! Com ela, você consegue descobrir coisas novas, aprender, conhecer gente com o mesmo gosto que o seu… Mas ela também é perigosa. Além das pessoas mal intencionadas que encontramos na rede, os “desafios” parecem estar se tornando cada vez mais populares, principalmente com o boom dos canais no YouTube.

Recentemente, mais um caso veio à tona. Monalisa Perez, de 19 anos, matou o namorado Pedro Ruiz, de 22, com um tiro de pistola, enquanto transmitia uma Live no YouTube. O casal, empolgado pela mania dos desafios online, queria provar que uma enciclopédia de capa dura repeliria a bala. “Foi apenas uma brincadeira que deu errado(…) Ele queria ficar famoso”, afirmou a tia do jovem americano.

Garota mata namorado ao gravarem desafio para o YouTube
Na imagem, Monalisa e Pedro enquanto gravavam outro desafio para a plataforma de vídeos. Reprodução/Reprodução

Famoso não só na web, o Jogo do Desmaio é praticado por estudantes em escolas há anos. Em 2014, diversos alertas foram enviados para colégios, para que os professores supervisionassem os alunos e para que as crianças e os adolescentes se conscientizassem dos perigos da “brincadeira”. Com o intuito de interromper o fluxo de ar que chega até o cérebro e provocar desmaios e até sensações de euforia, o praticante do Choking Game pode pressionar o próprio pescoço com as mãos ou usar algum material para isso. Nas escolas, é muito comum que terceiros apliquem o Jogo do Desmaio, pressionando de forma forte e rápida o peito da vítima. A prática de interromper o fluxo de oxigênio pode causar parada cardíaca, sequelas graves no cérebro e até morte. Gustavo Detter, por exemplo, teve uma lesão neurológica incurável e complicações devido ao estímulo. Em agosto deste ano, outro jovem morreu vítima do Jogo do Desmaio, em uma escola de Manágua, na Nicarágua.

No YouTube, é fácil encontrar vídeos de pessoas sendo desafiadas e desafiando. São os Jogos Mortais dos youtubers. Pessoas entrando em piscinas com gelo e sal, comendo canela, espirrando desodorante na boca… O Neknominate é uma prática em que pessoas desafiam umas as outras a beber drinks malucos (ou nem tão malucos assim) em condições extremas: no meio da neve, usando um vaso sanitário como copo, ingerindo o líquido em poucos segundos. Em 2014, quando essa onda viral começou, o jornal ABC News fez uma reportagem mostrando que, em poucos meses, cinco jovens com menos de 30 anos haviam morrido “brincando” de Neknominate.

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Outro desafio bastante comum na internet é o Chubby Bunny, em que a galera vai enchendo a boca de marshmallows enquanto pronuncia o nome do jogo. O intuito? Pagar micão. Há relatos de crianças que foram tentar reproduzir o desafio em casa e morreram sufocadas. A americana Catherine Fish, de 12 anos, foi uma das vítimas e morreu engasgada, por asfixia. Triste não é apenas ver esses desafios virais perigosos renderem tantas visualizações e curtidas, mas notar que algumas pessoas tiram proveito desses acidentes para se promover online – e aproveitam até para tirar sarro, como é possível ver no vídeo abaixo. Não deveria ser engraçado.

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O Planking é outro viral online que, desde 2011, preocupa. A prática consiste em deitar de barriga para baixo, com os braços e pernas juntinhos do corpo, como se você estivesse sobre uma prancha de surf, e se equilibrar em lugares inusitados. O que, para muitas pessoas, é sinônimo de perigosos. Tem uma galera fazendo planking em sacadas de prédios enormes, árvores, escadas rolantes, postes, semáforos, pontes…

Pensa que acabou? Com a moda dos fidget spinners, surgiram também os desafios realizados usando o brinquedo – que deveria ser apensar terapêutico, mas está se tornando assassino. YouTubers com canais bombados na plataforma estão colocando lâminas nas laterais dos spinners para torná-los mais perigosos e, consequentemente, conseguirem mais visualizações. Péssimas influências para seus seguidores, principalmente para as crianças.  Nem Jigsaw conseguiria competir com tais seres humanos…

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Será que vale tudo mesmo na corrida por visualizações? Até que ponto os desafios da internet são engraçados? Se os youtubers são os novos grandes influenciadores, não deveriam eles terem mais cuidado com o conteúdo postado? Há um limite para tudo, até mesmo para os #challenges

 

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