Na madrugada desta segunda-feira (11), o médico anestesista em formação Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante por estuprar uma mulher grávida durante cesárea no Hospital da Mulher, em Vilar dos Teles, em São João de Meriti (RJ).
A equipe médica, que já havia desconfiado em outras duas ocasiões do comportamento do especialista, decidiu colocar um celular dentro de um armário com porta de vidro e filmá-lo.
“Essa equipe vinha suspeitando dos procedimentos que o médico vinha adotando em outras cirurgias. Principalmente a sedação desnecessária e a tentativa de dificultar a visão de outros médicos de uma parte do corpo da vítima, onde ele atuava, do pescoço para cima. Ele usava uma roupa muito grande e comprida que também não era muito comum usar e sempre usava essa sedação que a equipe avaliava como desnecessária e começou a suspeitar dele”, explicou Bárbara Lomba, delegada responsável pelo caso ao G1.
O crime ocorreu durante a cirurgia. Enquanto a equipe médica encarregada do parto realizava o procedimento, do outro lado do lençol branco, o profissional foi flagrado introduzindo o pênis na boca da vítima, que havia recebido sedativo em excesso.
➡️RJ: vídeo mostra momento da prisão de anestesista que estuprou grávida
Giovanni Quintella Bezerra é acusado de estuprar uma grávida que estava em parto cesárea. Ele foi preso em flagrante nesta madrugada (11/7)
Leia: https://t.co/x0TPaQAPR5 pic.twitter.com/O26OtN8hiU
— Metrópoles (@Metropoles) July 11, 2022
Segundo relatório da Polícia Civil, a vítima ainda não havia sido informada sobre o ocorrido. A previsão é de que em dez dias o inquérito – ou seja, toda a análise da investigação – seja finalizado. As autoridades estão ouvindo testemunhas para entender se outros crimes podem ter sido cometidos por Giovanni. A pena por estupro varia de 8 a 15 anos de prisão.
O Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro) abriu um procedimento cautelar para a suspensão imediata do profissional; a Fundação Saúde do Estado do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Saúde emitiram notas oficiais repudiando a atitude do profissional de saúde e se colocando à disposição da investigação.
O Hospital da Mulher, onde o crime ocorreu, também se colocou à disposição das autoridades e afirmou em nota que “esse comportamento, além de merecer nosso repúdio, constitui-se em crime, que deve ser punido de acordo com a legislação em vigor”.
Nas redes sociais, o caso gerou repercussão. “Nem parindo em um hospital estamos seguras”, lamentou Elika Takimoto, doutora em Filosofia e pré-candidata à Deputada Federal pelo Rio de Janeiro.
No hospital da mulher na Baixada Fluminense, esse médico dopou uma paciente que estava prestes a fazer uma cesárea e estuprou a mulher na sala de parto. O lençol escondia o crime. Enfermeiras desconfiaram e filmaram. Nem parindo em um hospital estamos seguras. Nojo! pic.twitter.com/XqrVMBJJKD
— Elika Takimoto (@elikatakimoto) July 11, 2022
“Está osso acordar no Brasil(…) Eu não aguento mais tudo o que estamos vivendo“, escreveu a criadora de conteúdo Rebecca Gaia.
tá osso acordar no brasil e se deparar com notícias como: um médico estuprou de uma paciente durante o parto.
isso mesmo, um médico.
isso mesmo, na hora de parto.eu NÃO aguento mais tudo isso que estamos vivendo.
— Rebecca Gaia (@rbcgaia) July 11, 2022
“Estuprar uma mulher em trabalho de parto com outros profissionais na sala só demonstra a crença que estupradores tem na impunidade”, declarou a Erika kHilton, vereadora e Presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de SP.
O horror que é esse caso do médico anestesista do Rio de Janeiro
Estuprar uma mulher em trabalho de parto com outros profissionais na sala só demonstra a crença que estupradores tem na impunidade
Isso tem que acabar. Não suportamos mais acordar todos os dias com notícias assim.
— ERIKA HILTON 🏳️⚧️ ☀️ 🚩 (@ErikakHilton) July 11, 2022
Esse é Giovanni Quintella, o médico anestesista que ESTUPROU uma mulher enquanto ela estava em trabalho de parto, no Hospital da Mulher em São João de Meriti – RJ.
Giovanni foi preso em flagrante, pois foi filmado praticando o crime. Mas quantas vezes ele já não fez isso??? pic.twitter.com/Pamkk1Oq66
— Lana de Holanda 🏳️⚧️🏳️🌈 (@lanadeholanda) July 11, 2022
Na semana passada, uma estudante da UnB foi estuprada no campus. Hoje, a notícia de um médico que estuprou uma mulher durante o parto. Há poucas semanas, o debate sobre uma criança que ficou grávida após ser estuprada.
Quando será possível habitar um corpo feminino em segurança?
— Keilla Vila Flor (@KellVila) July 11, 2022
A vítima foi consultada pela polícia ou pela imprensa, e está em condições de consentir, com a divulgação das imagens do seu estupro?
Essa mulher foi violentada em uma dos momentos mais vulneráveis da sua vida e as imagens disso vão ficar na internet pra sempre— Tâmara (@datamareira) July 11, 2022
Não pode deixar as crianças na casa de familiares, não pode ter um parto seguro, não pode ter um aborto legal e seguro, não pode andar tranquilamente na rua, não pode usar uma saia, não pode beber demais. Para as mulheres até o direito de existir é negado. Já basta!
— Carina Vitral (@carinavitral) July 11, 2022
UM MEDICO
ESTUPROU
UMA PACIENTE
– DURANTE CESARIANA – pic.twitter.com/zQvlA6z0Yk— Rosana Hermann (@rosana) July 11, 2022