Minha história em Mairi, no interior da Bahia: trabalho árduo, seca e beleza

Olá, galera! Quem escreve aqui hoje é a Isis Cedraz: baiana e mairiense com muito orgulho. Não entenderam nada? Então, calma aí, vamos aos poucos, porque no final desse post tenho certeza de que vocês ficarão encantadas com a minha pequenina cidade. Se você lê os posts do Blog da Galera, vai se lembrar de que […]

Por Da Redação Atualizado em 24 ago 2016, 12h22 - Publicado em 8 jul 2016, 14h20

Olá, galera! Quem escreve aqui hoje é a Isis Cedraz: baiana e mairiense com muito orgulho. Não entenderam nada? Então, calma aí, vamos aos poucos, porque no final desse post tenho certeza de que vocês ficarão encantadas com a minha pequenina cidade.

Se você lê os posts do Blog da Galera, vai se lembrar de que já citei em um post que moro no interior da Bahia, especificamente da cidade de Mairi. E como eu sou MUITO apaixonada pela minha cidade, não poderia sair da Galera sem ao menos fazer um post exclusivo sobre ela.

Bom, Mairi tem cerca de 15 mil habitantes. Foi reconhecida como cidade em 1897 e o seu nome nem sempre foi Mairi – antigamente, era chamada de Vila de Nossa Senhora das Dores de Monte Alegre (ufa!). É porque o nosso monte característico possui uma pequena capela, que foi erguida lá no alto e era lá que os fiéis daquela época adoravam à santa Nossa Senhora das Dores. A capelinha tem um ar meio gótico e bem interiorano, que remete bastante às nossas raízes de coisas mais simples e que não deixam em nenhum momento de ressaltar a incrível beleza da caatinga do sertão. Dá uma olhada:

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Na Semana Santa, em Mairi, é tradição subir ao monte para fazer suas orações, agradecer a Deus e reunir toda a família. É uma “aventura” que SEMPRE começa às 05h30 da manhã. Isso mesmo que você leu! A gente costuma ir ao monte na sexta-feira santa, às 05h30, com familiares e amigos para manter a tradição viva.

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No meu interior, como a maioria dos interiores do sertão da Bahia, o sustento de vida é dominado pela agropecuária. Então, é muito comum vermos diversos fazendeiros com chapéus típicos do Nordeste, botas surradas e camisas características. E hoje eu venho tentar trazer para vocês algumas situações ilustrada em fotos, onde nós vemos a beleza disso tudo. É a beleza do trabalho árduo para sustentar a família, do aproveitamento das nossas terras mais secas, de transformar o que não era utilizado como sustento de vida, tudo isso sem deixar de mostrar a beleza natural dos nossos inúmeros galhos secos e mandacarus verdinhos.
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Os bois e cavalos são muito prezados na minha cidade. Eu mesma cresci indo à fazenda (eu chamo de roça) do meu avô para ficar andando a cavalo, brincando com os cachorros, roubando uma fruta ou outra do pé escondida e a minha parte favorita: ficar nadando no rio que tem por lá. Olha só que coisa linda!!!
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Continuando, a compra e venda de gado na cidade também faz parte da economia, então é muito comum vermos no meio da estrada um vaqueiro conduzindo o gado até um lugar que tenha capim, água e um pouco de sombra. Falando mais sobre os cavalos, além de serem utilizados como transporte e nas fazendas de lá, temos algo muito característico aqui chamado de vaquejada. A minha família é apaixonada por esse pedaço da nossa cultura. Meu tio e primo competiam e meu falecido avô que nos levou para essa tradição. Uma vaquejada em família é algo sempre divertido e delicioso, com muita torcida e encontros com outros amigos (porque em interior de verdade, todo mundo conhece todo mundo, não é mesmo?).

 

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Falando um pouco mais da minha cidade e de sua cultura, o São João (festa junina), durante um período, era muito reconhecido na região, trazendo diversos turistas e familiares de quem já mora por aqui. Até poucos anos atrás contávamos também com a Feira do Licor, onde tinham barracas com comidas típicas, caldos e, claro, muito licor e forró!
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Outra festa muito característica de lá é a Padroeira, que acontece todo dia 15 de setembro, com direito aos costumes católicos e desfiles belos e culturais ao longo de toda a cidade.
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Grande parte dos moradores de Mairi são religiosos, então contamos com igrejas católicas, evangélicas, centro espírita e etc. A igreja católica centralizada na Praça J.J Seabra é um dos nossos cartões postais, logo depois do Monte.
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Uma tradição da cidade é reunir o grupo de amigos e ir à praça principal (a mesma da igreja que citei acima), para bater papo, comer, se divertir e, como sempre, paquerar. Isso se torna um pouco engraçado, porque em cidade pequena as notícias se espalham rápido! hahaha Esta aqui é a praça que frequento desde pequena.
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Só para rechear um pouco mais o post, eu citei que minha cidade é no sertão da Bahia, então a nossa região é da caatinga e com períodos de seca. Mas vim mostrar a vocês que nem sempre a seca é “feia”, como muita gente pensa. Cada vegetação tem sua beleza! Olha como a caatinga de Mairi é linda!
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Sinceramente, eu só tenho a agradecer por ter nascido em uma cidade tão cheia de cultura, tão ligada à natureza e tão simples, que me proporcionou uma vida simples e me fez muito ligada à minha família inteira (que é gigantesca). Fico feliz a cada vez que piso meus pés na minha pequena e amada cidade. Mairi, obrigada por ser tão maravilhosa e calma, por me proporcionar uma infância linda, e uma pré-adolescência ainda mais legal e por me fazer prezar os momentos com a minha família e amigos naquela praça ou qualquer outro lugar (na verdade, nós só saímos para comer). Enfim, Mairi, obrigada por existir.
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Foi isso, galera! Espero que vocês possam ter sentido um pouco do meu amor gigantesco pela minha cidade natal.
Um grande beijo, e até o próximo post,
Isis Cedraz.

OBS: Tenho que agradecer grandemente ao Daniel Farias que me disponibilizou suas fotos lindas da minha cidadezinha, valeu Dan! O Insta dele é @trezentose4

 

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