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Não há mais como evitar piora do aquecimento global, afirmam especialistas

Relatório da ONU certifica que a temperatura média da Terra deve subir de 1,5°C a 2°C ainda neste século, registrando um aumento sem precedentes

Por Isabella Otto Atualizado em 9 ago 2021, 14h46 - Publicado em 9 ago 2021, 14h46
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    CAPRICHO/Divulgação

    Em 2018, a ONU pediu que mudanças drásticas e inéditas fossem tomadas para evitar o aquecimento da Terra em até 2ºC entre 2030 e 2052. Algumas coisas foram feitas, outras nem saíram do papel, mas os esforços parecem não mais bastar. É preciso ir além! Isso porque, de acordo com relatório emitido pelo órgão nesta segunda-feira, 9, não é mais possível limitar o aquecimento global em 1,5ºC nos próximos 30 anos.

    A afirmação foi feita pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) e teve como base 14 mil artigos científicos sobre mudanças climáticas. De acordo com o documento, as alterações no clima são inquestionáveis, assim como a influência humana sobre elas, que é sem precedentes. Cada uma das últimas quatro décadas tiveram suscetíveis aumentos de temperatura, registrados desde 1850.

    Um urso polar escondendo o rosto e se protegendo dos impactos causados pelas mudanças climáticas, como o aumento das temperaturas polares
    Urso polar sofre com a interferência humano no clima da Terra, que acaba afetando-o violentamente Kerstin Meyer/Getty Images

    O IPCC garante que, se ações consistentes não forem tomadas para reduzir as emissões de CO2 e outros gases que contribuem com o efeito estufa na atmosfera, o aquecimento da Terra de 1,5°C a 2°C será ultrapassado ainda neste século. Mesmo que tais ações ocorram, deve demorar aproximadamente 30 anos para que as temperaturas se estabilizem novamente.

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    Significa que, se nada continuar a ser feito, não só vamos seguir tendo esses eventos extremos no planeta [ondas intensas de frio e calor, chuvas torrenciais, queimadas, inundações, etc], como eles se tornarão mais frequentes e violentos. Para Thelma Krug, Vice-presidente do IPCC, o relatório não é simplesmente para causar pânico, mas para mostrar que todos nós devemos mudar nossos hábitos, em especial as grandes empresas, pois o que vem sendo feito ainda é muito pouco: “O que se espera é que as informações que estão nesse último relatório permitam que os governo as assimilem e tomem as decisões mais apropriadas na convenção [do clima]“.

     

    Vale lembrar que o aquecimento global afeta setores como um todo. Com o meio ambiente em frangalhos, as contas de luz e água ficam mais caras, racionamentos precisam ser realizados, o preço dos alimentos também sobe e precisamos lidar com escassez de diversos produtos.

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    Em entrevista para a CAPRICHO, o Prof. Dr. Tercio Ambrizzi, do Departamento de Ciências Atmosféricas da USP, explica que os gases do efeito estufa sempre existiram e são importantes. O problema é que estamos aumentando a quantidade deles em níveis que a Terra não mais consegue suportar, desregulando todo um sistema. Por causa disso, parte do calor que deveria escapar para o espaço fica retida e, consequentemente, o planeta precisar tomar atitudes drásticas [que são esses eventos extremos] para tentar alcançar novamente o equilíbrio. Basicamente, nosso planeta vem a tempos sentindo dificuldade de “respirar” – e cada vez mais nós, seres humanos, também. Por ano, 8,8 milhões de pessoas morrem no mundo vítimas da poluição atmosférica, que já é tratada como uma pandemia.

    +: Governo Bolsonaro afrouxa meta e permite maior emissão de gases poluentes até 2030

    Jogar a toalha parece não só desumano e mesquinho demais, como a solução menos inteligente a ser tomada. Não espanta, contudo, que algumas pessoas continuem tratando as mudanças climáticas como algo conspiratório. Afinal, essas mesmas pessoas são aquelas que provavelmente não entendem como as políticas e os empregos verdes são investimentos lucrativos a longo prazo, e enxergam tais iniciativas como perdas, já que são movidas por um sistema capitalista repleto de falhas, que afeta a todos nós, uma vez que a natureza é a principal vítima dele.

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