‘Não ser assumida pra minha família destrói meu conto de fadas’

Nossa leitora faz um desabafo sobre como é estar apaixonada mas não conseguir contar para a família, bastante conservadora, que é lésbica.

Por Da Redação Atualizado em 23 jun 2019, 10h00 - Publicado em 23 jun 2019, 10h00

*O nome da nossa leitora foi alterado para preservar sua identidade, assim como o de sua namorada. Carol e Susan, o casal lésbico de Friends, foram colocados no lugar.

“Estar apaixonada é uma das melhores coisas do mundo, e minha história de amor é perfeita. Pensando bem, nem tanto.

Uma amiga me apresentou minha namorada, que vamos chamar de Susan*. Ela tem 22 anos. Em pouco tempo, nos identificamos muito, principalmente porque amamos a série Friends. Começamos a ficar extremamente interessadas uma na outra, mas os poréns começam agora… Eu, que vamos chamar de Carol*, e tenho 26, moro no Paraná, e a Susan, no Rio de Janeiro.

Stacy_T/Getty Images

A conexão foi tão grande que em pouquíssimo tempo estávamos tão apaixonadas que a distância não foi um empecilho, e começamos a namorar antes mesmo de nos vermos. Pois é, nos tornamos o que um dia mais criticávamos. (risos) Meses depois, no último mês de março, fui pro Rio e nos encontramos pela primeira vez. Desde então, tentamos nos ver sempre que podemos para matar a saudade. Temos conseguido manter nosso namoro, nosso amor e nosso desejo pulsantes. Ela é linda, me trata como uma princesa e somos duas piscianas intensas e melosas. Tudo é perfeito! Quer dizer… Aí vem o segundo porém.

Continua após a publicidade

Não ser assumida para minha família destrói meu conto de fadas. Ter que manter esse relacionamento escondido, algo tão puro e verdadeiro, é algo que me machuca profundamente, pois meu maior desejo é expor para o mundo minha felicidade e poder amar e ser amada abertamente. Queria muito que minha família pudesse ver a garota maravilhosa que a Susan é!

 

Eu não sei como meus pais reagiriam se descobrissem que sou lésbica, mas algo me diz que não seria tão bom. Fui criada em berço evangélico e sexualidade ainda é um tabu enorme para eles. É aquele negócio: tudo bem quando é com os outros, mas em casa não, com nossa filha não. Estou criando a coragem necessária para contar sobre minha orientação sexual e para apresentar o amor da minha vida para eles. Tenho certeza de que, quando eles verem em meus olhos o quanto ela me faz feliz, não menosprezarão o que sinto. Eu realmente espero isso. Mas o medo ainda me domina completamente. Só quem passa ou já passou pela mesma situação vai entender… Inclusive, se você passou ou está passando por isso, essa é uma boa hora para colocar tudo pra fora, mesmo que seja de uma maneira anônima como eu estou fazendo. Pode ajudar.

Boonyapuk Karunyanavuch/Getty Images
Continua após a publicidade

Meu sonho é viver em um mundo onde as pessoas possam ser livres e não serem julgadas por amarem alguém do mesmo sexo. Ou não se identificarem com o sexo ao qual disseram que pertencem. O amor é algo incrível, inclusive o próprio, e eu tenho a sorte de ter encontrado isso de uma forma tão louca, que mudou minha vida para sempre. Irei lutar até o fim por esse amor e nada vai me impedir, pois jamais devemos deixar de sermos felizes por medo do que os outros vão pensar. Devemos simplesmente amar, e minha namorada é tudo que eu sempre quis e mais um pouco!

Agora só preciso tomar coragem para seguir meus próprios conselhos. Por que é tão difícil quando é com a gente?! Mas eu vou conseguir. Quem sabe, em breve, não apareço por aqui para falar sobre amor sem precisar preservar minha identidade? Torçam por mim. Estou torcendo por vocês.

Que o amor vença sempre!

Publicidade