Um médico de Goiás publicou nas redes sociais um vídeo de seu funcionário negro acorrentado pelos pés, pelas mãos e pelo pescoço. “Falei para estudar, mas não quer. Então, vai ficar na minha senzala“, diz entre risadas.
O vídeo viralizou e o profissional da saúde falou que tudo não passou de uma “brincadeira” e que ele não compactua com nenhum tipo de escravidão. O funcionário disse que “a vida melhor que Deus deu para o homem foi trabalhar”.
A Polícia Civil de Goiás investiga o caso como crime de racismo, uma vez que faz apologia à escravidão. O delegado Gustavo Cabral explicou em entrevista à TV Globo que, se condenado, o médico pode pegar até cinco anos de prisão e ter que pagar uma multa por sua “zoeira”.
Depois de assistirmos a mais um negro sendo submetido a situações vexatórias, cruéis e criminosas, acompanhamos o caso de uma aluna transgênero que foi agredida em Mogi das Cruzes, na Escola Estadual Galdinho Pinheiro Franco.
Aluna trans é agredida em escola por colegas; veja vídeohttps://t.co/2Z3sfCfFxt pic.twitter.com/DNlJPRP0eo
— Estado de Minas (@em_com) February 11, 2022
O caso foi registrado no 1º Distrito Policial da cidade e, de acordo com as autoridades, o linchamento começou porque a aluna havia sido chamada erroneamente pelo pronome masculino. Irritada, ela reagiu e alguns estudantes passaram a espancá-la.
As investigações analisam um suposto ato infracional de lesão corporal, que pode ser agravado pelo crime de homofobia. O colégio disse apenas que está a par da situação e que a briga foi logo apaziguada.
Ambas as situações nos fazem questionar a periodicidade com a qual crimes de racismo e LGBTfobia são praticados em nossa sociedade. Um acúmulo de microagressões diárias que são aceitas ou minimizadas e culminam em casos que tentam ser justificados por “brincadeira” ou “liberdade de expressão”, quando, na realidade, não possuem justificativas – ainda mais em pleno século XXI, com tantas informações disponíveis. É muito triste pensar que algumas pessoas precisam engolir certas situações por medo e para poderem existir, pois, caso contrário, podem acabar sendo linchadas tanto moral quanto fisicamente. Que mundo é este?!