A crise existencial da semana bateu fortíssima depois de uma pergunta relativamente simples: “Como você se descreveria em poucas palavras?”. Por é, o surto veio.
Primeiro, que se tem alguém que não é dado a poucas palavras, esse alguém sou eu, né? Não sei falar pouco, nem escrever pouco, nem pensar pouco, nem querer pouco. Sou a louca dos “muitos”.
Segundo, que… Quem sou eu mesmo!?
Acho que sei quem não sou. Não sou tímida, mas também não sou muito extrovertida. Não sou ingênua, mas gosto de acreditar no melhor dos outros. Não sou invejosa, mas tenho meu momentos, confesso. Não sou de todo ruim, mas queria socar umas pessoas – mas só às vezes, não é muito frequente, não. Juro!
Estou em um eterno processo de me descobrir dentro de mim mesma. Tem horas que não aguento mais tentar me entender, outras que sinto que quase cheguei lá, e às vezes ainda penso que o caminho é impossível. Porém, cada vez mais eu me convenço de que a graça está justamente aí: no caminho.
Eu não sei quem eu sou, mas por hora sei quem eu quero ser, e isso pode mudar amanhã. Mas enquanto não muda, eu sigo rumo a uma nova versão dessa velha versão que eu nem conheço, que eu julgo ser melhor que a primeira. E se mudar o caminho, eu mudo a minha nova versão e, se minha nova versão mudar, o caminho vai ser outro.
Acho que eu me encontro mesmo é no meio dessa confusão: me despeço de mim e me reencontro em seguida, mudo de idéia de hora pra outra e, nas curvas dessa estrada desconhecida, vou deixando um pouquinho de mim enquanto pego um tanto de mim por lá mesmo.
A graça da vida está em não saber quem se é, porque assim você pode ser tudo, e buscar ser qualquer coisa é mil vezes mais legal do que ficar presa na idéia de ser algo!
Enfim, devaneios à parte, este textão todo é só pra dizer que a Deborah Secco, além de linda, está certíssima: a gente é quem a gente consegue ser. E, para mim, isso é mais do que maravilhoso; é suficiente.